Pai e filho sentam no banco dos réus, 14 anos depois de serem apontados como autores de um homicídio.
O julgamento está marcado para as 9h de hoje, no Tribunal do Júri de São José dos Pinhais. O comerciante João Maria Claro Gonçalves, o ?Augusto?, 58 anos; e seu filho, o carpinteiro Altair Claro Gonçalves, o ?Taíco?, 36, são acusados de ter assassinado a tiros Minervino Cipriano, no dia 18 de agosto de 1991.
Na época, a polícia apurou que os acusados e a vítima (que eram parentes) participavam do aniversário do pai de ?Augusto?, num encontro regado a cachaça. Durante festa, ?Taíco? se envolveu em uma confusão com outros convidados. Por volta das 22h20 do mesmo dia, ?Taíco? e Minervino conversavam na porta da casa da vítima, na Rua Eduardo Michele, 220, Jardim Quississana, em São José
dos Pinhais, quando Minervino foi morto. De acordo com a acusação, ?Taíco? chegou armado com uma espingarda e desferiu
um tiro contra Minervino, momento em que seu pai chegou, armado com um revólver calibre 38, e efetuou outro disparo. Minervino foi morto com dois tiros. Pai e filho nunca chegaram a ser presos, o que gerou revolta nos familiares da vítima.
O promotor Eduardo Cambi, que atuará na acusação, deverá pedir a condenação dos acusados, sob o argumento que pai e filho agiram em conluio e foram até o local para matar a vítima.
Já a defesa alega que ?Taíco? foi recebido por Minervino, que estava armado com a espingarda.
Os dois teriam entrado em luta corporal,e a espingarda disparado acidentalmente. ?Augusto? teria aparecido de repente e visto o filho deitado no chão. Imaginando que Minervino estava matando ?Taíco?, ele teria atirado.
O advogado Matheus Gabriel Rodrigues de Almeida, que defende ?Taíco?, irá sustentar a tese de negativa de autoria. ?Augusto? será defendido pela advogada Karoline Lorenz, que deverá argüir legítima defesa de terceiro. O julgamento será presidido pela juíza Luciani Regina Martins.