Em audiência tensa, o juiz da 2.ª Vara do Tribunal do Júri de Curitiba, ouviu ontem mais seis testemunhas do caso de assassinato do escritor e jornalista Wilson Bueno, crime ocorrido na residência da vítima, em 31 de maio passado.
Emidio Bueno Marques, primo do escritor, e o advogado Pedro Octávio Gomes de Oliveira, que atendia os interesses pessoais de Bueno, prestaram testemunhos importantes à defesa, conforme avaliação dos advogados do acusado Cleverson Petreceli Schmitti, 19, Matheus Almeida e Maurício Zampieri de Freitas.
Emidio confirmou que na noite do crime ajudou a polícia a fazer as investigações, usando inclusive uma luva cirúrgica para procurar pistas que incriminassem o autor.
Pedro Octávio, apesar de ser advogado da família da vítima, apresentou-se na Delegacia de Furtos e Roubos, no dia da prisão de Cleverson, como advogado dele, e assinou o auto de prisão em flagrante na condição de defensor do rapaz. Os dois também teriam forçado que Cleverson fosse indiciado por latrocínio (roubo com morte).
Apesar disso, a promotora de Justiça Fernanda Nagl Garcez, da Promotoria de Inquéritos Policiais, denunciou o assassino pelos crimes de homicídio e furto, considerando que ele levou celulares e uma câmera fotográfica da vítima para tentar esconder provas.
Além deles foram ouvidos um funcionário da boate gay em que Bueno e Cleverson se conheceram; o irmão adotivo do escritor; o escrivão que lavrou o flagrante e um tio do acusado.
Denúncia
Nova audiência foi marcada para o dia 6 de dezembro, para que ainda sejam ouvidos pelo juiz a pessoa que recebeu o cheque de R$ 130, dado por Bueno ao autor, e que supostamente foi o motivo do crime por ter sido sustado, e os dois policiais militares que atenderam o caso na noite do crime e que, estranhamente, não foram localizados para esta audiência.