Outras três pessoas prestaram depoimento na manhã de ontem, ao juiz Ronaldo Sansone Guerra, da 2.ª Vara Criminal, que preside o processo que apura a morte de um bebê de 7 dias (ocorrida no dia 8 de julho), cujos pais são acusados de violentá-lo sexualmente. As testemunhas arroladas pela acusação falaram sobre Any Paula Fascolin, 29 anos, e Nilson Moacir Cordeiro, 32, acusados pela morte de seu filho. Terezinha de Jesus Siqueira, zeladora do prédio onde morava o casal, e a filha dela, de 15 anos, relataram como viram o bebê – que apresentava manchas nas nádegas – e desmentiram a informação prestada antes na polícia, de que o casal se desentendia constantemente. Elas afirmaram ter sido coagidas a contar a mentira.
A terceira depoente foi Sílvia Flores de Carvalho Veiga, ex-mulher de Nilson, que expôs a conduta do acusado com os dois filhos do casal. Segundo Sílvia, ele é extremamente cuidadoso com as duas crianças, sendo incapaz de qualquer abuso. Ela diz que sua separação com Nilson nada tem a ver com abusos ou outros motivos graves. O divórcio foi motivado por imaturidade, visto que casaram-se muito jovens. Amanhã, outras quatro pessoas serão ouvidas: Milse Genoveva, José Cunha e Danielle Fascolin, pais e irmã de Any respectivamente, e Silvana Zammar Poletto, médica no Hospital e Maternidade Mater Dei, onde a criança nasceu e morreu.
Liberdade
Os advogados de Any e Nilson informaram que o pedido de habeas corpus para o casal chegará hoje às mãos do desembargador Ronald J. Moro. Pode ser que ele conceda uma liminar, de caráter imediato, como também pode ser que o processo tramite por mais um mês e meio", conta o advogado Nilton Ribeiro de Souza. Os familiares de Nilson continuam com seu protesto, pedindo pela liberdade do casal, fazendo greve de fome. Eles também estarão em frente ao fórum, durante os depoimentos, protestando com faixas e cartazes. Os advogados também aguardam a autorização do juiz para que o corpo do bebê possa ser sepultado.