O juiz Márcio Tokars, da 3.ª Vara Criminal de Curitiba, absolveu ontem todos os acusados de extorquirem um executivo de Curitiba. No mesmo processo, também havia acusações de cárcere privado e formação de quadrilha. O magistrado entendeu que não há provas para condenar os acusados e que as acusações foram fantasiosas. Ele ainda fundamentou que, analisando o conjunto de provas anexadas no processo, há dúvidas de que os acusados praticaram o crime.

continua após a publicidade

No final da tarde de ontem, os jornalistas José Diniz, 38 anos, e Edson Silvestre, 33, foram colocados em liberdade. Os dois estavam recolhidos no Centro de Triagem, na Travessa da Lapa, desde o dia 30 de junho do ano passado.

Ainda receberam o mesmo benefício, o dono da TV Injustiça e da Vera Cruz Empreendimentos, Neviton Pretty Caetani, 52 anos; o policial militar Claudionei de Souza Alexandre, 33; o motorista Márcio Antônio dos Santos e o segurança Cornélio Luiz Goetz. A mulher de Neviton, Shirlei dos Santos, também é acusada dos mesmos crimes, mas não recebeu os benefícios porque está com mandado de prisão decretado e continua foragida. Por isto, seu processo foi desmembrado dos outros réus. "Somente os jornalistas foram libertados. Os outros continuam recolhidos por força de outras prisões preventivas decretadas em outros processos", explicou o advogado Caio Fortes Matheus, que defende os jornalistas.

Ele disse ainda que os jornalistas continuam respondendo em liberdade outros dois processos de extorsão, sendo um contra o dono de uma imobiliária e outro contra o proprietário de uma mineradora. Nos dois casos, o defensor conseguiu o relaxamento da prisão de seus clientes.

Acusação

continua após a publicidade

Neviton e as outras seis pessoas foram acusadas de tentar extorquir R$ 300 mil de um executivo de Curitiba. Para isto, teriam produzido uma matéria "jornalística" com a ex-namorada do executivo e a veicularam no site da TV Injustiça. Posteriormente, teriam procurado o executivo e exigido o dinheiro para retirar a matéria da internet. Eles ainda foram acusados de manter como refém a ex-namorada do executivo, em uma chácara, sob vigilância armada de Márcio, Cornélio e do policial militar Claudinei. Quanto aos jornalistas, a vítima afirmou que eles teriam participado do constrangimento imposto sob ameaça, obrigando-a a dar entrevistas com declarações falsas, para que a matéria fosse usada para a extorsão do executivo. Outra vítima acusou o jornalista José Diniz de estar presente na sala, no momento em que Neviton exigiu o dinheiro para retirar a matéria do site.