Violência

Jovens representam 9% das mortes violentas

Em média, 15 menores de 18 anos são assassinados por mês em Curitiba. Levantamento do site Crimes Curitiba apontou que, entre agosto de 2009 e julho de 2010, os adolescentes e crianças representaram 9% das mortes violentas em Curitiba e Região Metropolitana. No levantamento consta que, 161 garotos e 19 meninas foram mortos nesse período. Especialistas acreditam que em quase todos os casos o motivo dos crimes é o tráfico de drogas.

Para Gustavo Dória, integrante do Núcleo de Neuropediatria do Hospital de Clínicas, vários fatores levam os adolescentes a se envolverem com a criminalidade a ponto de arriscar a própria vida. “Muitas vezes são problemas que existem desde a infância, questões comportamentais que não foram vistas nem cuidadas. Em alguns casos o problema pode ser até biológico, como transtornos de hiperatividade ou predisposição a comportamentos violentos. Em outras situações, crianças que sofreram maus-tratos e abuso repercutem a violência”, enumera.

Consumo

Ele desenvolve tese de doutorado sobre o assunto e, nos levantamentos iniciais, apurou que a evasão escolar é um dos principais fatores que levam o jovem ao crime. “Eles querem ter roupa ou celular igual ao dos amigos, e acreditam que é muito longo o caminho que terão de trilhar para conseguir isso através do estudo e do trabalho. Vivemos numa sociedade de consumo onde as pessoas são valorizadas pelo que tem e não pelo que são”.

Na Vara do Adolescente Infrator de Curitiba, a psicóloga Sylnara Borges iniciou levantamento informal dos jovens entre 12 e 21 anos. Pelo menos cinco por mês, que estão em liberdade assistida, voltam ao crime e são mortos. “A maioria dos casos é de meninos que devem dinheiro para o traficante. São os chamados ‘aviõezinhos’, que pegam a droga do traficante, fazem uso e não vendem, e depois não tem como pagar”. De acordo com ela, muitos garotos perdem a vida pelo não pagamento de apenas R$ 10 e outros começam a roubar e até matar para conseguir o dinheiro e não perder a vida.

Outro motivo para as execuções é a disputa de território. “É um submundo em que as pessoas matam por vingança, querem sempre exercer o poder. Os adolescentes são mais vulneráveis e se envolvem com isso pela desestruturação familiar. Eles vêem o traficante como um modelo de identificação”.

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