Jovens executados a tiros em Pinhais

Moradores do Jardim Weissópolis, em Pinhais, estão amedrontados com a violência e com a seqüência de crimes cometidos no bairro. Na noite de terça-feira, por volta de 22h, mais dois jovens foram baleados em decorrência do envolvimento com o tráfico de drogas na região. O crime aconteceu na esquina das ruas Rio Iguaçu e Rio Madeira, e matou Rafael Castilho Domingues, 18, o "Gordo", e Fernando Ribeiro Santos, 23 anos, conhecido como "Bagre". Rafael morreu no local, enquanto Fernando, baleado no peito e na boca, foi encaminhado em estado grave para o Hospital Cajuru, em Curitiba. Durante a madrugada, ele não resistiu à gravidade dos ferimentos e morreu.

O soldado Meira Júnior, do 17.º Batalhão de Polícia Militar, disse que, no Jardim Weissópolis, impera a "lei do silêncio", o que dificulta as investigações e prisão dos autores. "Ninguém viu nada, ninguém sabe de nada, mas pelo que tudo indica é cobrança de drogas", explicou.

Familiares de Rafael relataram ao policial que o jovem estava sendo perseguido e, há vários dias, não saía de sua casa. "Ele (Rafael) era usuário de drogas e isso deve ter sido o motivo do assassinato", disse Meira Júnior. Populares afirmaram que os dois jovens eram conhecidos na região, mas que somente Rafael usava entorpecentes.

Tráfico

O superintendente da delegacia de Pinhais, Valdir Bicudo, informou que é grande a possibilidade de o tráfico de drogas estar por trás de mais esse duplo homicídio. "As características apontam para o modus operandi do narcotráfico. As vítimas foram executadas", explicou o policial.

Durante a manhã de ontem, a mãe de Rafael compareceu à delegacia e confirmou que seu filho era viciado. Fernando, por sua vez, tem ficha criminal, entretanto o delito não foi apurado.

Tráfico, família e bares

O tráfico de drogas está disseminado em Pinhais e a polícia busca maneiras de combatê-lo. O superintendente da delegacia local, Valdir Bicudo, ressaltou que o consumo e venda de entorpecentes está relacionado diretamente à desestruturação familiar e à falta de oportunidades de empregos para jovens.

Ele cita a morte de Rafael e Fernando como exemplo. "Eram garotos que, sem perspectivas, buscaram no tráfico de drogas um meio de vida", comentou.

A polícia tenta implementar na cidade a lei que determina o fechamentos de bares e similares depois das 22h. "Por experiência em outros municípios, os bares geram homicídios, tráfico de drogas e prostituição", afirmou Bicudo.

No último dia 7, o casal Andreia Aparecida Prestes e Alexsandro Silva Silveira foi preso com 46 pedras de crack e 22 buchas de cocaína. De acordo com o superintendente, os detidos faziam de um bar, situado no Jardim Cláudia, ponto de venda de entorpecentes.

Prefeitura

O bar foi fechado, mas como tem alvará de funcionamento cedido pela Prefeitura continua operando normalmente. No entanto, o delegado José Franco não cedeu ao proprietário do estabelecimento o documento necessário para o funcionamento regular do imóvel. Segundo ele, essa política será adotada pela delegacia em casos em que seja comprovada a relação do estabelecimento com o tráfico de drogas.

Bairro manchado de sangue

Somente nos cinco primeiros meses deste ano foram mais de sete assassinatos na região. O último aconteceu no dia 20 do mês passado. Por causa de uma bicicleta nova, Carlos San de Souza, 23, foi assassinado. O criminoso fugiu pela Rua Rio Iguaçu, levando o celular da vítima. Logo após os disparos, socorristas do Siate foram chamados, mas quando chegaram ao local o rapaz já estava morto. Carlos não tinha envolvimento com drogas e nem antecedentes criminais.

No mês de março, Paulo Ricardo de Oliveira, 30, e Jonathan Luiz Hass, 21, mais conhecido por "Dudinha", foram encontrados mortos na Rua Parnaíba quase esquina com Rua Rio Iguaçu.

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