Dois adolescentes e uma criança de apenas 11 anos arrombaram uma loja de roupas no centro de Curitiba na madrugada de ontem. Segundo a Guarda Municipal, que atendeu a ocorrência, esse foi o terceiro arrombamento envolvendo menores de 18 anos na região central em uma semana. O crime de furto foi a terceira maior causa de apreensão de adolescentes em dezembro e, segundo a delegacia especializada, os garotos têm mais “autonomia” para o crime que anos atrás.
A delegada Tamara Greshner, da Delegacia do Adolescente, explicou que o principal delito que provocam a apreensão de menores de 18 anos é a pichação, seguida de brigas na escola. Depois aparece o furto. “Eles subtraem pertences alheios para trocar por substâncias entorpecentes”, afirma.
Reincidência
Tamara explica que, antigamente, bandidos “contratavam” adolescentes para praticar crimes. “Hoje eles perceberam que não precisam ser contratados e fazem por conta, e as crianças, seguindo o exemplo dos maiores, vão no embalo”, ressalta. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao completar 18 anos, a ficha de delitos praticados quando menor de idade é zerada.
Os adolescentes apreendidos ontem devem ser encaminhados para audiência na Vara da Infância e da Juventude. Um juiz e a Promotoria vão decidir qual medida socioeducativa será aplicada. Segundo Tamara, mesmo com a aplicação das medidas, os adolescentes costumam voltar a praticar crimes.
Crime
De acordo com o supervisor da GM José Aparecido, os três garotos, 16, 14 e 11 anos, arrombaram uma loja de roupas na Rua Desembargador Westphalen, por volta das 5h40, e foram apreendidos em seguida, já com uma sacola cheia de produtos.
Os adolescentes foram encaminhados à DA e a criança, ao Conselho Tutelar. Ainda segundo a GM, esse foi o terceiro arrombamento registrado no centro e praticado por menores em uma semana. “Talvez pela época do ano eles julguem que os proprietários estejam viajando”, destaca Aparecido.
Na semana passada, a Tribuna mostrou o medo dos comerciantes, muitos que vendem roupas na região central, com relação a arrombamentos, que, segundo as vítimas, aumentam no fim de ano, principalmente após o período do reforço policial.