Jovem seqüestrado e executado no São Braz

Poucos minutos depois de ser seqüestrado por falsos policiais e algemado, o padeiro Daniel Fernando da Rosa, 28 anos, foi executado com oito tiros – por volta das 21h de ontem -, na Rua Frederico Muraro, esquina com a Rua da Pedreira, no São Braz.

Por questão de segundos os policiais do Grupo Tático da 4.ª Companhia do 12.º Batalhão não cruzaram com os executores. Eles chegaram a escutar os tiros de pistola nove milímetros e encontraram Daniel agonizando.

O cunhado da vítima, Rogério Lima, contou que Daniel estava em casa, na Rua Miguel Novick, com a mulher e a filha de 2 anos, quando quatro homens encapuzados encostaram um Astra prata, desceram e bateram na porta, dizendo que eram da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR).

Os criminosos invadiram a casa, colocaram uma algema de plástico nas mãos de Daniel e falaram que ele sabia porque estava sendo levado. Em seguida, saíram levando o rapaz. A mulher telefonou para a Polícia Militar, que chegou rapidamente.

“Nós colhemos as informações e quando estávamos saindo da casa ouvimos os disparos. Não encontramos os criminosos por questão de segundos”, lamentou o cabo Cláudio Roberto.

Com sete tiros no peito e um na cabeça, Daniel estava de bruços e com as mãos algemadas para trás. No local, a perícia recolheu sete projéteis calibre nove milímetros deflagrados e um, calibre 7.62 (usado em fuzil), intacto. É possível que um dos marginais tenha deixado o projetil como recado de que o grupo está fortemente armado.

Caseiro

Rogério contou que o cunhado trabalhava como padeiro em Campo Largo e deixou o emprego porque hoje iria começar a trabalhar em um supermercado, no Capão Raso. “Ele não bebia, não fumava, nunca soube que tivesse qualquer envolvimento com drogas. Era caseiro e sempre ia do trabalho para casa”, comentou o rapaz.

O cabo Cláudio lembrou que o Tático foi criado para monitorar as gangues do São Braz e há quatro meses não registrava nenhuma morte. “Ainda é cedo para falar se o crime está ligado às gangues, mas está hipótese não está descartada. A Delegacia de Homicídios deverá apurar”, disse o policial.

A rivalidade entre as gangues do São Braz “esquentou” nos últimos dois meses. Treze pessoas foram assassinadas e, pelo menos, o mesmo número foi ferido a tiros.

As gangues CDE, Vila do Sapo (VDS), Comando da Barroka (CDB), Sapo Louco e Campina se digladiam, geralmente nos fins de semana, e trocam ameaças pelo Orkut.

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