O rompimento do namoro que durou cerca de cinco meses transtornou a personalidade de Jean Carlos Ribeiro, 18 anos, que cometeu um ato de loucura na noite de quinta-feira. Em busca de reaver o amor perdido, o jovem seqüestrou o irmão mais novo de sua amada, um garoto de apenas 9 anos. Com essa atitude, Jean pretendia trocar o garoto pela adolescente, que tem 14 anos. O plano não funcionou e ele acabou preso ao meio-dia de ontem, por policiais de São José dos Pinhais e do Grupo Tigre, ao tentar se refugiar em um matagal na localidade de Campo Largo da Roseira.
De acordo com o delegado Douglas Vieira, os namorados brigaram na quinta-feira e terminaram o romance. Jean, ao sair da casa da garota, teria convidado o irmão dela para andar a cavalo, convite que foi aceito imediatamente. Após o passeio, o seqüestrador convenceu o garoto a dormir na casa dele. Os dois foram para a residência e daquele local Jean começou a ligar para a casa da ex-namorada fazendo ameaças. “Ele fez vários telefonemas explicando que queria fazer a troca envolvendo os dois irmãos. Na última ligação interceptada, ele chegou a dar o prazo até às 13h de hoje (ontem) para a troca, senão mataria o garoto”, explicou o superintendente da Delegacia de São José dos Pinhais, Altair Ferreira.
Resgate
Após constatar que o seqüestro era verdade, o pai da vítima (o frentista Célio Eloi Fagundes, 59 anos) entrou em contato com a delegacia local. Diante dos telefonemas ameaçadores, a polícia de São José solicitou o apoio do Grupo Tigre, especializado no tratamento desse tipo de crime. As ligações telefônicas que perduraram da noite de quinta-feira até a manhã de sexta, passaram a ser monitoradas pela polícia que, desta maneira, determinou o local exato das chamadas.
Ao meio-dia de ontem a casa de Jean foi cercado por policiais, mas ao ver o movimento de viaturas nas proximidades, o rapaz tentou esconder-se num matagal. Para azar dele, a polícia já contava com essa possibilidade e havia colocado homens a espreita nesse local também. Jean foi preso e o garoto retirado da casa em segurança.
Na delegacia, Jean considerou o seqüestro como um “gesto de loucura”. Na verdade. Ele não assume o seqüestro e diz que a vítima tinha o costume de dormir na casa dele. Outro fato lembrado pelo delegado Douglas é de que vítima e seqüestrador dormiram dentro de um guarda-roupa. “Ele estava com receio de que vissem algum movimento dentro da casa”, explicou o policial. Na casa de Jean estava, além dele, o irmão mais novo. Os pais haviam viajado.
Jean foi autuado por seqüestro e cárcere privado e permanece recolhido na delegacia de São José dos Pinhais.
