Uma rajada de tiros, em frente a uma escola no bairro Afonso Pena, em São José dos Pinhais, matou o técnico em informática Carlos Alexandre Teixeira, 19 anos, e feriu uma aluna, às 22h15 de segunda-feira. Carlos estava esperando a namorada e o irmão dela na saída da aula e tentou fugir quando percebeu o tiroteio. Uma bala acertou o rapaz, que estava ao volante do Monza, placas JZV-7700. Ele chegou a bater o carro no portão da escola, mas já estava sem vida quando foi socorrido.
As primeiras informações colhidas pela soldado Simone e sargento Soek, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, revelaram que Carlos teria sido vítima de uma bala perdida. Também a estudante Ana Paula de Ramos, de 16 anos, foi ferida na perna.
Escondido
A polícia de São José já identificou o suposto autor dos disparos. É um jovem, morador da cidade, que está escondido para fugir do flagrante. Ele deve se apresentar ainda hoje na delegacia, com um advogado. A partir do interrogatório deste rapaz – identificado apenas como Emanoel – a polícia poderá esclarecer o episódio do tiroteio e a morte de Carlos Alexandre. De acordo com o superintendente Éverson Haisi, a vítima pode ter sido morta por engano. “Até agora, tudo indica que o alvo era outro, mas precisamos apurar melhor os fatos”, ressaltou o policial.
Testemunhas ouvidas no local disseram aos policiais militares que Carlos esperava pela namorada fora do veículo, sentado no meio-fio da Rua Otávio Sim, em frente ao portão da Escola Lindaura Ribeiro Lucas. Quando começaram os tiros, ele teria corrido até o carro e tentado fugir. “Logo que arrancou, foi baleado e perdeu o controle do Monza”, relatou o tenente Patrik. Conforme levantamentos do perito Victório, da Polícia Científica, o rapaz foi atingido no peito e o projétil teria passado pela janela aberta.
Tiros
Cerca de vinte buracos de bala marcaram o muro da escola na Rua Mário Flores, próximo da esquina onde a garota foi baleada. Outras perfurações causadas por arma de fogo foram encontradas no carro da vítima. A polícia acredita que os disparos saíram de mais de uma arma. Somente os resultados da perícia técnica indicarão quantas e quais armas foram usadas. Surgiu também o comentário que um homem saiu correndo, logo após o tiroteio, gritando: “Matei! Matei!” – o que levaria a crer que estariam atrás de Carlos para executá-lo. Mas o superintendente Éverson disse que, a princípio, não há razões para acreditar que ele era o alvo dos tiros. “Pelo que soubemos, Carlos era um rapaz evangélico, trabalhador, sem broncas”, comentou.
Carro
Testemunhas disseram ter visto um Monza azul-escuro, com adesivos de ideogramas japoneses no vidro traseiro, e duas motos. Ontem mesmo policiais civis de São José localizaram o veículo do suposto atirador, em uma residência no Jardim Ipê. O dono do carro não estava, mas o pai do rapaz disse que ele se apresentará hoje para a polícia.
Praticamente todos os dias Carlos Alexandre ficava esperando na porta da escola a saída da namorada e do irmão. “Era um bom garoto, nunca nos deu problema”, afirmou o diretor da escola Walder Mulbak, que já teve de enfrentar gangues “no peito” para afugentar os baderneiros das imediações do estabelecimento de ensino. A atitude do diretor foi ressaltada por vizinhos, que contaram que a firmeza de Walder em enfrentar algumas situações difíceis, inclusive desagradando pais de alunos, fez o ambiente escolar melhorar.
