Começou às 9h30 de ontem, sem horário previsto para terminar, o julgamento de Vanessa Naves Quinteiro Lopes, 23 anos, acusada de ter matado a mãe e a avó da sua então namorada, Ágata Précoma. As testemunhas de acusação foram dispensadas e apenas as de defesa estavam sendo ouvidas ontem à noite, na sala de júri do Fórum de São José dos Pinhais, cidade onde ocorreu o duplo homicídio. Vanessa está na Penitenciária Feminina de Piraquara há cinco anos. Ágata, julgada em dezembro do ano passado pelo mesmo crime, foi condenada a 29 anos de reclusão em regime fechado. Ela também estava presa desde a época do assassinato.

A primeira testemunha a depor no julgamento de Vanessa foi o jornalista José Diniz, que cobriu o caso. Em seguida, às 19h, foi chamada a mãe de Vanessa, Célia Quinteiro. Havia ainda mais duas testemunhas que seriam chamadas pela defesa. A juíza Luciane de Paula, da 1.ª Vara Criminal de São José, iria determinar se a sessão seria encerrada para que os trabalhos fossem retomados hoje pela manhã ou se o júri se estenderia pela madrugada, até seu encerramento.

Os defensores de Vanessa são advogados do escritório modelo da PUCPR. Na acusação, atua o promotor Divonsir Borges.

Crime

Elizabeth Maria das Graças Vilibruno, de 41 anos, e Genoeva Précoma, 80, respectivamente mãe e avó de Ágata, foram assassinadas em 31 de maio de 1998, dentro da casa onde viviam, no centro de São José dos Pinhais. A mãe foi estrangulada e pendurada do batente da cozinha, simulando um enforcamento. A avó foi morta na cama, por asfixia.

Os corpos foram encontrados alguns dias depois. A princípio, a polícia acreditou que Genoeva havia morrido de causas naturais e que Elizabeth, desesperada com a morte da mãe, teria cometido suicídio. Os corpos foram velados e sepultados pela família, com Ágata presente.

Semanas depois, Ágata e Vanessa, que mantinham um relacionamento homossexual, confessaram o duplo homicídio por asfixia. Disseram que haviam matado as mulheres porque elas eram contra o namoro das duas.

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