Acordado no meio da madrugada por um indivíduo batendo na janela de seu quarto, Laércio Aparecido Lourenço Gomes, 22 anos, não imaginava que aquele fora o último sono de sua vida.

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Vestindo apenas uma bermuda, ele se levantou para ver quem o chamava e, quando abriu a porta de casa, foi executado com um tiro no queixo, disparado de uma espingarda calibre 12. O crime aconteceu por volta das 3h, na Rua Ernesto Moro Redeschi, Rio Pequeno, em São José dos Pinhais.

Laércio morava apenas com o pai na pequena residência situada na Vila Riacho Doce. Na hora em que o matador chegou, os dois dormiam em quartos separados.

“O pai da vítima suspeita que o autor do crime fosse conhecido do filho, já que o cachorro não latiu quando ele entrou no terreno e bateu na janela”, informou Roberto de Miranda, chefe de investigação da delegacia de São José dos Pinhais.

Grito

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O jovem se levantou para atender a pessoa na porta da frente e, assim que saiu, moradores ouviram um grito de “não”. Em seguida, escutaram o disparo e Laércio tombou morto na hora, com um tiro de baixo para cima, que entrou pelo queixo e atingiu a cabeça.

O barulho acordou o pai, mas quando ele se deu conta do que havia acontecido, já era tarde. Encontrou o filho morto na entrada da casa e não conseguiu ver quem o executou. “Nossa equipe de investigação apurou que um Gol bordô suspeito, com a lataria amassada, foi visto parado na frente da casa”, disse Miranda.

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Drogas

Conhecido da polícia, Laércio era viciado em crack desde os 15 anos e já havia sido preso na DP local por porte ilegal de arma. A polícia acredita que sua morte esteja diretamente ligada a outros assassinatos ocorridos nas últimas semanas, todos relacionados ao tráfico de drogas.

Conforme foi apurado, o jovem era amigo de João Ryton de Souza, 19 anos, conhecido como “João do Gás”, e Evandro Macan Oliveira, 15, ambos executados a tiros, há 15 dias, na BR-116, divisa de Quatro Barras com Campina Grande do Sul. Eles eram moradores do Jardim Jurema, em São José dos Pinhais, e costumavam freqüentar a casa de Laércio.

A vítima também conhecia Aldair Ferreira, o “Zumbi”, 38 anos, um dos quatro mortos na chacina ocorrida em uma invasão no Jardim Independência, no início do mês.