Desconhecidos invadiram uma chácara na pacata Rua Francisco Caetano Coradin, Colônia Faria, Colombo, apenas para cometer uma execução. A vítima, um rapaz aparentando 20 anos e até agora não identificado pela polícia, foi morto com três tiros na nuca, todos à queima-roupa, e encontrado às 9h10 de ontem.
Normalmente o silêncio reina na localidade, mas quinta-feira, perto das 20h, havia algo de estranho. “Quando passa um carro por aqui, só pelo ronco já sabemos quem é. Mas nessa hora o movimento estava grande”, falou Vilmar, morador da região.
Assim que abriu a janela, ontem de manhã, a dona da chácara descobriu o assassinato – o cadáver estava num pequeno morro do outro lado do tanque. Tiros, porém, não foram ouvidos pela vizinhança na noite e madrugada anterior, o que intrigou a polícia. “Só se usaram silenciador (na arma)”, arriscou a sargento Wassuaski, do 17.º Batalhão da PM.
Para ter acesso à chácara, os assassinos abriram um buraco em uma cerca de arame farpado nos fundos. Como não havia rastro de sangue entre este ponto e o local em que estava o corpo, 15 metros adiante, a polícia deduz que o rapaz foi executado ali mesmo. “Certamente os autores conhecem a área”, disse o investigador Sérgio, da Delegacia do Alto Maracanã.
Lua e pássaro
O policial civil observou um detalhe revelador sobre o passado da vítima: a tatuagem de uma lua e um pássaro em sua mão esquerda. Embaixo do desenho, o número 121 – artigo do Código Penal para o crime de homicídio. “Estas tatuagens são feitas na cadeia, revelando o crime pelo qual o preso foi condenado. Ele deve ter matado alguém”, disse Sérgio.
As pontas do dedo indicador e do polegar da outra mão apareciam levemente queimados – indício de que o rapaz era usuário de drogas, no entender do investigador. Ele levou três tiros à queima-roupa e tinha marcas de pólvora na nuca e na mão, sinal de que esboçou um gesto de defesa antes de ser morto.
A vítima, não reconhecida pelos moradores da região e sem documentos nos bolsos, vestia blusa de lã vermelha, calça bege, sapato marrom e boné preto. “Após a identificação teremos uma noção do que motivou o crime”, disse o investigador.