A bíblia ficou aberta no travesseiro de Rosano, executado a tiros no quarto. |
Antes de se deitar, Rosano Camargo, 18 anos, colocou a Bíblia ao lado de seu travesseiro, como fazia todas as noites. Porém, a proteção esperada não foi suficiente para livrar-lo da ira de seus assassinos. Ele foi morto a tiros, na noite de quarta-feira, dentro de casa, na Rua Crisântemo, esquina com a Rua Vitória Régia, Monte Castelo, em Colombo.
Por volta das 23h30, Rosano preparava-se para dormir, assim como seu padrasto e sua mãe. Porém, o sossego da família foi interrompido por dois jovens armados que arrombaram a porta da casa. Eles agrediram a mãe de Rosano com chutes na boca, quebrando seus dentes, e ainda bateram no marido dela. Depois de jogar o casal no chão, invadiram o quarto do jovem e atiraram cerca de quatro vezes, executando-o com dois tiros na cabeça. Em seguida, os marginais fugiram em motos, conduzidas por outros dois comparsas que davam cobertura ao crime. A mãe de Rosano foi hospitalizada e não corre risco. Segundo o superintendente da delegacia do Alto Maracanã, Job de Freitas, inicialmente os quatro bandidos queriam matar um amigo de Rosano, porém, eles foram até a casa do rapaz, mas não o encontraram.
Educandário
Antes de completar 18 anos, Rosano teve várias passagens na polícia por roubo e furto de veículos. Job lembra que, na última vez em que ele cometeu um delito, foi perseguido e baleado ao trocar tiros com a polícia. Rosano foi preso e encaminhado ao Educandário São Francisco, de onde foi liberado há dois meses. A família garante que o jovem havia se regenerado, passando a freqüentar a igreja evangélica e abandonando o mundo do crime. Porém, o policial não tem certeza disso. "Acredito que ele tenha sido morto por um desentendimento em virtude de roubo de carros", afirmou.
Durante a ação dos marginais, a mãe da vítima ouviu um deles chamar por "Waltinho", nome que será investigado. O policial falou que pretende juntar várias fotos de arquivo da delegacia e mostrar à mulher e ao marido, no intuito que eles possam reconhecer os assassinos de Rosano. Os marginais cometeram o crime sem qualquer preocupação em esconder seus rostos.