Pelo menos 15 tiros foram disparados pelos autores do homicídio que vitimou Cledison Paulo Simão, 28 anos, no final da manhã de ontem, em São José dos Pinhais. Coberto de sangue, o rapaz caiu no interior de uma residência, na Rua Luiz Xavier da Silva, no Jardim Ipê.
O crime foi testemunhado por moradores da região, que acompanharam desde o instante em que dois indivíduos invadiram a casa de Cledison, na Rua Laiz Pereti, até o momento em que ele fugiu em direção à residência vizinha, onde foi baleado. Ilda, mãe adotiva da vítima, presenciou o atentado.
?Eu estava no quarto trocando as roupas do bebê de Cledison quando escutei um barulho e meu filho me chamando.
Na sala havia dois homens, um deles segurava uma pistola branca. Eu falei, atira covarde!?. De acordo com Ilda, eles disseram que eram policiais e que não estavam lá para matar ninguém, mas para prender Cledison. ?Ao perceber que era procurado, Cledison correu, pulou alguns muros e entrou em uma casa próxima?, contou o soldado Filho, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, que atendeu a ocorrência. Perseguido, ele foi baleado quando tentava impedir a entrada dos indivíduos. Testemunhas afirmaram que, após o tiroteio, os homens fugiram em um Fiesta branco.
Segundo a perita Clélia, do Instituto de Criminalística, foram encontrados na casa estojos e projéteis de pistola calibre 380. ?A vítima foi atingida por, pelo menos, quatro tiros no rosto e na cabeça. E ainda há marcas de 11 tiros na porta e nas paredes da casa?. A perícia também encontrou um cartucho de revólver calibre 38 no bolso da calça de Cledison. ?Mas não encontramos nenhuma arma com ele?, observou a perita.
Motivo
No local do crime, nem a mãe adotiva nem a mãe biológica da vítima souberam dizer por que Cledison foi assassinado. Segundo elas, ele seria benquisto na região e não teria problemas com drogas ou bebidas. ?A gente sabe que a mãe do bebê dele, que nem mora mais aqui, é viciada em drogas. Porém, a polícia foi informada por moradores que ele seria suspeito de ter cometido dois homicídios na região, informação que não pôde ser checada, pois até o início da tarde o nome da vítima não constava no cadastro da polícia.
?Cledison Paulo Simão é o nome que está na carteira de reservista dele, mas não aparece em nosso cadastro?, estranharam os policiais.