A esquina das ruas Fortaleza e Pedro Violani, no violento bairro Cajuru, foi palco de mais um homicídio na noite de quinta-feira. Por volta de 21h, Fabiano Luiz Ventura, 19 anos, andava com sua bicicleta – meio de transporte comum na região – quando foi surpreendido por seu assassino e levou tiros na cabeça. Uma cápsula de projétil usado em pistola 380 foi encontrada próxima ao corpo, que ficou caído por cima da bicicleta.
Moradores de uma residência em frente à cena do crime contaram que ouviram três estampidos e pensaram que fossem bombinhas. Chegando ao portão e não percebendo nenhuma movimentação na rua, quase não notaram o jovem caído. Quando perceberam a vítima, se deram conta que os estampidos ouvidos eram tiros e acionaram a polícia.
Os soldados Xisto e Nélio, do Projeto Povo Cajuru, também não encontraram alguém que tivesse visto como ocorreu o homicídio ou que soubesse dar a descrição dos assassinos. Mesmo assim, o soldado Xisto acredita na hipótese de acerto de contas por drogas, fato que ele disse ser muito comum na região. "Se fosse latrocínio teriam levado a bicicleta", analisou o policial. Outro morador, que observava a movimentação policial, acredita na mesma teoria. "Quase todo dia tem algum baleado por aqui. A maioria dos crimes é por causa de drogas", comentou o homem, que não quis se identificar.
Perigo
Nilza, moradora da Rua Fortaleza, na quadra onde o crime foi cometido, contou que estava no jardim de sua casa quando ouviu os tiros. Ela relatou que não ficou para ver quem eram os atiradores e, com medo, correu para dentro de casa. "Tenho medo de bala perdida, ou que o bandido venha se esconder em minha casa", disse. Segundo ela, o Cajuru está muito violento. "Tem horas que dá vontade de sair daqui. Ainda não coloquei minha casa à venda, mas imagino que será difícil vendê-la. Falou em Cajuru, todos sabem que é o canto do crime. Ninguém quer comprar casa aqui", revoltou-se Nilza, que fica apreensiva todos os dias, quando seus filhos, netos e bisnetos saem para as atividades diárias.
