Alexandre foi acampar no Pico Paraná, juntamente com seu primo Daniel, no dia 19 de janeiro. O cansaço e o mau tempo fizeram os dois se separarem e, enquanto Daniel continuava a subida, Alexandre esperava seu regresso em uma clareira. Na segunda-feira, o primo desceu e não mais o encontrou. Voltou para casa, certo de que Alexandre teria feito o mesmo. A família só deu pela falta do rapaz na quarta-feira e as buscas tiveram início, mobilizando dez pessoas por dia, entre bombeiros, policiais florestais e voluntários. O helicóptero Gralha Azul 1 ajudava no trabalho de localização do desaparecido, porém, a densa vegetação e as freqüentes chuvas impossibilitavam uma boa visualização da área.
Desespero
A equipe comandada pelo tenente Schulli, composta pelos sargento Müller, cabos Mello e Nilson e soldado Júlio, localizou Alexandre deitado próximo à barraca estendida no chão. Segundo avaliação preliminar dos bombeiros, ele deve ter caído em uma fenda e machucado o braço, mas não apresentava lesões aparentes. Apesar do tempo em que passou desaparecido, o corpo não estava em decomposição, o que indica que Alexandre morrera a menos de dois dias. Ele pode ter sido vítima de hipotermia (frio) e inanição (fome e sede), mas somente a necropsia poderá dar a certeza da data e causa da morte.
Após a queda, o rapaz ainda teve forças para abrir a mochila e estender a barraca para aplacar o frio e abrir a lata de atum, ao lado da qual ficou o abridor. Segundo o tenente Schulli, é possível que se Alexandre não tivesse se machucado, teria conseguido se salvar. “Nos primeiros dias da busca, procuramos nas trilhas mais usuais, como não surtiu efeito, começamos a varredura nos lugares menos prováveis”, descreveu o bombeiro. Do ponto de entrada para o Pico Paraná, em Campina Grande do Sul, até onde Alexandre foi encontrado, são quatro horas de caminhada. O rapaz estaria retornando, quando pegou o caminho errado e se perdeu.