Vítima era dada como desaparecida após a confissão. |
Roberto Valcir Bueno, 18 anos, fez uma espantosa revelação quinta-feira, num programa noturno de rádio. Ao vivo, contou aos ouvintes que era ele o assassino do seu amigo de infância Alessandro de Paula Silva, 23 anos, até então considerado desaparecido. Na manhã seguinte, entregou-se à polícia de Campo Largo, indicou o local onde escondera o corpo e foi preso em flagrante por homicídio.
O assassino confesso escutou o desesperado apelo de uma irmã de Alessandro. Ela telefonou quinta-feira à noite ao programa policial da Rádio Banda B e contou que sangue, peças de roupa e documentos do irmão foram encontrados perto da ponte do Rio Passaúna, na BR-277, bairro Passaúna, em Campo Largo. “Me apavorei quando ouvi. Minha mãe, meu cunhado e meu irmão desconfiaram e contei tudo”, lembra Roberto.
Crimes
Os parentes o aconselharam a se entregar à polícia. Antes, Roberto contou como havia matado o amigo, pelo rádio. Na manhã de ontem, o autor compareceu à delegacia de Campo Largo e levou os policiais a uma cava perto da estrada da Areal, onde estava o corpo de Alessandro, morto às 22h30 de quarta-feira.
Preso em flagrante, Roberto contou que era ameaçado pela vítima, com quem convivia desde a infância. “Matei para não morrer”, alegou.
Alessandro e o pai de Roberto, morto por complicações pulmonares há dois anos, teriam sido comparsas de crimes, mas se desentenderam. “Depois que meu pai morreu, Alessandro foi pra cima de mim”, disse Roberto. A polícia ainda não apurou os antecedentes da vítima, mas o padrasto de Alessandro confirma que o rapaz esteve preso duas vezes. Porém, não soube dizer por quais delitos o rapaz foi detido.
Morte
Roberto contou que, na noite do crime, estava em um bar à beira da BR-277, tomando cerveja com amigos. Alessandro teria chegado e o ameaçado. Eles brigaram e foram para o outro lado da rodovia, onde houve a luta final. “Ele puxou a faca da cinta e o chutei. Quando caiu, acertei umas quatro pedradas na cabeça e furei a barriga dele com a mesma faca, para ter certeza de que tinha morrido”, relatou. O corpo foi arrastado cerca de 200 metros até a cava.
Testemunha do crime, um amigo de Roberto foi ouvido ontem de manhã pela delegacia de Campo Largo. O acusado não tinha passagem pela polícia.