Os parentes já sabiam que Márcio Aparecido dos Santos, 25 anos, vinha sendo ameaçado de morte. Há quatro dias, o rapaz, operador de máquinas que estava desempregado, vinha sendo seguido por elementos suspeitos. No final da tarde de domingo, as ameaças se consumaram. Márcio, casado e pai de um filho pequeno, foi executado com quatro tiros de pistola 9mm a poucos metros de sua casa, na Rua Doutor Otacílio Terra da Costa, Conjunto Osvaldo Cruz II, na CIC.
A polícia ainda não dispõe de muitas informações sobre a situação da vítima e trabalha com três hipóteses para o crime: queima de arquivo, vingança ou dívida junto a traficantes. Márcio era viciado em drogas e morreu com um cachimbo de crack no bolso da calça.
Segundo as informações levantadas no local pela Polícia Militar e investigações posteriores da Delegacia de Homicídios, um dia antes de ser assassinado Márcio tinha sido seguido por quatro indivíduos que ocupavam uma camioneta Pampa preta. A informação veio de parentes Ä uma tia e uma irmã Ä da vítima. A tia de Márcio chegou a comentar que há quatro dias o rapaz estava sendo ameaçado e havia comentado o fato. “Até avisamos a polícia, mas não deu em nada. Ele acabou morto mesmo”, lamentava a mulher, ao ver o corpo do sobrinho caído em meio a uma poça de sangue.
Encapuzados
Outras testemunhas disseram aos investigadores da DH que os autores da execução seriam quatro homens encapuzados, que estavam em uma Saveiro prata. Os parentes ainda não revelaram maiores detalhes sobre o passado de Márcio e afirmam desconhecer o motivo do crime. O que se sabe é que o rapaz havia saído de casa pouco antes de ser assassinado, dizendo à esposa que ia “ver umas paradas”. Ao regressar, foi executado na calçada, antes de chegar em casa.
Uma das informações que a polícia deve checar é o envolvimento de Márcio em um homicídio ocorrido no ano passado, na CIC. Ele também teria passado alguns dias no xadrez do 11.º DP pelo furto de uma bicicleta. “Não estamos descartando nenhuma hipótese. Ele pode ter sido morto por vingança, pelo envolvimento em algum crime, ou porque sabia demais, ou ainda por dívida com traficantes”, disse o delegado Antônio Simião, responsável pelo caso. “Qualquer informação pode nos ajudar a solucionar esse homicídio”, acrescentou o delegado.