Jovem adotado por casal alemão prossegue busca à mãe biológica

Manoel Felipe Reinecke, 17 anos, vai ter que continuar a busca por seus pais. Foi com tristeza que ficou sabendo que a catarinense Ivete da Silva Ferretti, 33 anos, não é sua mãe. O resultado do teste de DNA, divulgado ontem, deu negativo. O jovem foi deixado ainda bebê na Rodoferroviária de Curitiba e adotado por um casal alemão. Este ano voltou ao Brasil para procurar os pais biológicos e permanecerá aqui até o mês de agosto.

Com extrema ansiedade Manoel e Ivete aguardavam o resultado do exame. Ele poderia pôr fim à uma angüstia que os dois carregavam durante muitos anos. No entanto, o jovem disse que antes de abrir o envelope com seu código genético já previa o desfecho da história. "Quando eu a vi pela primeira vez senti que ela não era a minha mãe. Mas pedi a Deus que fosse", disse.

Manoel conta que sempre soube que era adotivo e o sonho de encontrar os pais biológicos o acompanhou por toda a vida. Agora, pretende continuar a busca no Brasil até agosto e depois volta para a Alemanha, para terminar os estudos. Mas não vai desistir da procura. "Depois eu volto e vou continuar nesta luta", promete.

Para Ivete a tristeza também foi imensa. Apesar da diferença física entre ambos, ela se apegava à data de nascimento do filho e de Manoel. "Elas coincidiam", disse. Agora ela vai reunir forças para continuar na busca e torcer para que Manoel encontre a verdadeira mãe.

O médico geneticista Salmo Raskin disse que o exame não deixa dúvidas quanto ao grau de parentesco. "Ficamos tristes, porém o exame dá a chance de os dois encontrarem a mãe e o filho biológico", disse. Agora, cada um tem o seu código genético, o que vai facilitar a procura de ambos.

Mas outros fatos já apontavam para este desfecho. A história de Ivete e Manoel não batiam em alguns pontos. Ela teve seu filho com 14 anos, no dia 10 de outubro de 1987, sendo estimulada por seus familiares a dar a criança para adoção. O amigo dos pais adotivos, Fouad Omairi, que está abrigando o garoto em Curitiba, conta outra história. Segundo ele, no Juizado da Infância Juventude e Adoção de Curitiba foi encontrada uma declaração da época feita por uma mulher chamada Angelina.

Ela contou que no dia 25 de novembro estava na Rodoferroviária de Curitiba, esperando um ônibus para o Rio de Janeiro, quando uma jovem se aproximou e começou a conversar. Com a criança no colo, disse que veio de Itajaí, Santa Catarina, que tinha 19 anos e que seu filho nasceu no dia 13 de outubro. A mãe de Manoel pediu que a Angelina segurasse o filho para ela dar um telefonema. Depois de voltar decepcionada ela falou que precisava fazer outra ligação, e nunca mais voltou. Com a criança no colo, Angelina prestou a declaração e a entregou ao juizado, que autorizou a adoção de Manoel por um casal alemão. "Nós tentamos encontrar Angelina, mas ela morreu há três anos. Porém o filho dela confirmou toda a história", contou Fouad.

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