Foto: Alberto Melnechuky

Tatiane por pouco não foi linchada pela população.

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Completamente alucinada, a auxiliar de enfermagem Tatiane Damiane, 41 anos, jogou sua filha Mariana Damiane Teixeira, de 8 meses, pela janela do apartamento 604, 6.º andar, do Edifício Maison Blanche, na Rua Voluntários da Pátria, centro da cidade, às 21h30 de ontem.

Depois de atirar a criança, que morreu na hora, Tatiane tentou tirar a própria vida, mas foi contida por outros moradores.

?Sou uma incompetente, queria me livrar de cuidar dela?, justificou a mulher, aparentando distúrbio mental. ?Para mim era apenas um pacote que joguei pela janela.?

O crime revoltou pessoas, que se reuniram em frente ao prédio e começaram a chamar Tatiane de ?assassina?.

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Para retirá-la do prédio, policiais militares do 12.º Batalhão colocaram a viatura na garagem do edifício. Ao sair, foram vaiados por populares.

Ela foi encaminhada ao Centro de Atendimento ao Cidadão (Ciac), instalado no 1.º Distrito Policial (centro), onde foi autuada em flagrante por infanticídio pelo delegado Antônio Macedo.

Drama

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Tatiane disse que desejou ser mãe até os 39 anos como não conseguiu, desistiu. Porém, cerca de um ano depois, engravidou. O pai assumiu a criança, mas não casou com a mulher, que cuidava de Mariana sozinha. Para trabalhar no Hospital de Clínicas, ela deixava a filha na creche.

?Estava planejando tirar a minha vida e a dela há dias. A Mariana era muito parecida comigo, fofoqueira como eu?, disse. ?Eu a joguei pela janela, porque ia ter que trabalhar para alimentá-la e tratá-la. Eu não fazia isso direito?, avaliou. Tatiane contou que, na noite de domingo, tomou uma caixa de remédio antidepressivo para tentar se matar.