O italiano Erich Lechner, 56 anos, detido na última sexta-feira, 27, no Aeroporto Internacional Afonso Pena, quando tentava embarcar para a Itália, foi libertado na segunda-feira. Lechner veio a Curitiba para acompanhar o sepultamento de sua amiga, a empresária Sônia Modesto, que administrava na cidade um posto de combustíveis de propriedade dele.
Por solicitação da polícia, ele deveria permanecer na capital paranaense até que seu depoimento fosse colhido, porém, ignorou a orientação e tentava viajar de volta ao seu país de origem. Acabou detido por ordem de uma prisão temporária, emitida pela Vara de Inquéritos Policiais, por figurar como suspeito de envolvimento indireto com a morte de Sônia, executada no dia 20 de janeiro.
Devido Lechner não ser enquadrado como suspeito de envolvimento no crime, a partir de seu depoimento, ele foi liberado antes do término de sua prisão temporária, que expiraria hoje.
Segundo o delegado Adonai Armstrong, titular da Delegacia de Homicídios, que preside o inquérito do crime, Lechner esclareceu ao delegado que Sônia já vinha se queixando, com medo de que algo ruim lhe acontecesse, sem expor detalhes. Também foi questionado se sabia de algum envolvimento da empresária com os bandidos que a executaram, e o italiano afirmou nada saber.
Armstrong explica que a prisão de Marcos Bezerra, que está foragido, chefe da quadrilha presa no dia 26, e mandante da morte, será reveladora. ?A partir do depoimento dele, poderemos fechar essa ?novela?, esclarecendo quem ordenou a execução e por que motivo ela ocorreu?, diz o delegado. O policial também quer esclarecer porque Marcos ordenou que o atirador passasse um telefone celular à Sônia, antes dela morrer, ocasião em que a empresária manteve uma conversação com uma pessoa não identificada, com conteúdo também ignorado.
Também está foragido um homem identificado por José Geraldo Júnior, o ?Juninho.? O delegado explica que, apesar de Mahara Valência de Oliveira Franco figurar como suspeita de participar diretamente na morte de Sônia, ela não está foragida porque não há mandado de prisão em nome dela. A Tribuna publicou ontem a defesa do advogado de Mahara. Armstrong ressalta que a Delegacia de Homicídios está disposta a ouvir oficialmente a versão de Mahara para o fato, e aguarda a presença dela na delegacia. ?Se ela se declara inocente, acreditamos que o depoimento dela possa ajudar a esclarecer mais detalhes do caso?, finaliza o delegado.