Dois irmãos foram presos por envolvimento na morte de Valdecir do Rosário Santana, 32 anos, que foi esfaqueado e teve o corpo incendiado e abandonado na linha do trem na madrugada do dia 21 de março no Tatuquara.
Arlindo Alves Lamp, 33 anos, e Pedrinho Antonio Lamp, 42, estavam escondidos na casa da irmã deles, na divisa de Curitiba e Araucária. Eles foram presos na última sexta-feira por força de um mandado de prisão expedido pela Justiça e apresentados na manhã de ontem na Delegacia de Homicídios (DH).
“Os suspeitos tentaram fugir, mas foram cercados e rapidamente detidos pelos policiais”, afirmou o delegado Rafael Ferreira Vianna, que comandou as investigações.
Arlindo confessou friamente que cometeu o bárbaro crime por dois motivos. O principal foi vingança, já que a vítima o denunciou à polícia por um homicídio praticado há cinco anos. E também porque o tempo em que esteve na cadeia, Valdecir manteve relacionamento amoroso com a mulher dele.
O corpo de Valdecir foi encontrado em cima da linha do trem por moradores na manhã do dia 21. Assim que o cadáver foi localizado, uma equipe da DH comandada pelo delegado Vianna se deslocou até a cena do crime. “Ficamos uma semana trabalhando intensamente no caso que chocou a população”, contou o policial.
Arlindo saiu há dois meses da cadeia, onde ficou preso por cinco anos por homicídio. Pedrinho também cumpriu pena por assassinato e ficou preso por 13 anos, deixando a prisão em 2007.
Segundo a polícia, Pedrinho disse ter apenas presenciado a morte e auxiliou no transporte do corpo até a linha do trem. Porém, ontem, ele negou ter ajudado o irmão a carregar o corpo. “Eu pedia pelo amor de Deus para ele parar”, contou Pedrinho.
Confissão
Ontem, Arlindo contou detalhes do crime e alegou que o principal motivo foi vingança. “Matei porque ele me caguetou. Não foi por causa da mulherzinha. Mulher a gente arruma”, contou.
Arlindo disse que abordou a vítima nos fundos de casa. “Eu tinha tomado uns goles e chamei o Valdecir para trocar uma ideia”, contou. Ele então desferiu seis facadas na vítima e com a ajuda do irmão levou o corpo até o trilho do trem, que passa ao lado da Rua da Paz, onde Arlindo disse ter jogado gasolina.
Os dois suspeitos responderão por homicídio qualificado. Eles serão encaminhados para o Centro de Triagem II, onde ficarão à disposição da Justiça. O delegado investiga se Arlindo teve participação em outros crimes ocorridos no Tatuquara, como o que vitimou Gisele Ferreira do Nascimento, que segurava o filho no colo quando foi baleada e morta há uma semana.