Em vez de uma carona os irmãos Afonso Bonifácio Conceição Rosa, 40 anos, e Dimas Bonifácio Rosa, 37, ganharam uma saraivada de balas. Os dois foram mortos às 21h de domingo na Estrada do Mato Grosso (estrada velha de Campo Largo), próximo do Lago Passaúna, na saída do parque de mesmo nome. O autor dos disparos, segundo parentes que estavam com as vítimas, é um morador daquele bairro e ocupava um Corcel azul. Os motivos, até agora, não foram apurados.
Afonso, Dimas, o cunhado deles Alfredo, dois amigos e um adolescente de 16 anos voltavam de bicicleta para a Vila Torres, bairro Ferraria, em Campo Largo, onde moravam. Quando passaram pelo local do crime, um dos irmãos viu o pedreiro conhecido como “Celso Negão” dirigindo o Corcel azul. Como o condutor também morava na Vila Torres e era conhecido das vítimas, a oportunidade de uma carona pareceu providencial -mesmo porque a bicicleta de Alfredo tinha enguiçado e ele apenas a empurrava, atrasando o retorno dos demais.
Tiros
“Ô cara, dá uma carona aí”, disse Afonso, enquanto fazia com a mão um sinal para que Celso parasse. Ele parou, mas sua reação espantou a todos: desceu do carro já atirando. Primeiro Afonso foi atingido com um balaço no peito, na beira da estrada. Depois Dimas foi ferido na virilha. Alfredo e o menor se atiraram num barranco para escapar da chuva de balas. Os dois amigos da família ninguém mais viu, mas soube-se que no meio da confusão fugiram ilesos.
O autor dos tiros simplesmente entrou de volta no Corcel e foi embora. Como o irmão mais velho morreu na hora, Alfredo tentou acudir o caçula e fez um Monza parar para pedir ajuda. Mas a bala, que atingiu a artéria femural de Dimas, o fez perder muito sangue e ele morreu ali mesmo.
Os sobreviventes, ouvidos pela polícia no local do duplo assassinato, não souberam explicar a razão dos disparos. Contaram apenas que Dimas era auxiliar de manutenção e trabalhava em uma empresa em Curitiba, e Afonso estava desempregado.
Fuga
Policiais da delegacia de Campo Largo estiveram na residência do acusado pouco depois do crime, mas tudo estava trancado. Uma vizinha revelou que Celso apanhou a filha deficiente mental que mora com ele e saiu de casa às 17h30 de domingo. Depois disso, não voltou mais. “Isso leva a crer que ele premeditou o crime e provavelmente seguiu as vítimas”, falou o superintendente da delegacia local, Nelson Bastos. Como Celso é bem conhecido na região da Ferraria, o policial acredita que ele se entregue nos próximos dias.
