Iovanovitchi afirma que ciganos não praticam rituais

Preocupado com a discriminação que a comunidade cigana tem sofrido, em conseqüência do envolvimento de ciganos no assassinato da gatorinha Giovanna dos Reis Costa, 9 anos, o presidente da Associação de Preservação da Cultura Cigana (Apreci), Cláudio Domingos Iovanovitchi, concedeu ontem uma entrevista coletiva. Acompanhado da mulher e da filha, Cláudio frisou que o suposto ritual envolvendo a criança não é típico da cultura cigana, e sim fruto de uma mente doentia.

Desde que os ciganos Vera Petrovitch, 53 anos, Pero Petrovitch, 19, Renato Michel, 38, e uma garota de 16 anos figuraram como suspeitos e depois acusados do assassinato, os ciganos de Curitiba e região metropolitana passaram a ser ainda mais discriminados e quem tem sofrido com isso são as crianças. Segundo Cláudio, os filhos dos ciganos têm sido vítimas de preconceito no colégio e estão até negando a própria etnia. ?Depois de ver na imprensa que foram ciganos que mataram e fizeram ritual de magia, minha neta, que tem 5 anos, olhou pra mim e disse que ela não era cigana. Onde já se viu isso, ela está negando a própria origem. As lendas de que ciganos roubam crianças são antigas e por isso há muitos anos sofremos com o preconceito. Agora a situação está ainda mais crítica?, disse Cláudio que, no último dia 24 conseguiu instituir, junto ao governo federal o Dia Nacional do Cigano.

O presidente da Apreci disse que conhece Vera e Pero e que nas festas que freqüentavam os dois sempre foram tidos como pessoas pacatas e ordeiras, sem fazer nada que os desabonassem.

?Nós realmente brigamos, mas por um motivo pessoal. Agora, se eles são culpados ou não só a Justiça poderá dizer. O que quero deixar bem claro é que se fizeram isso não foi porque são ciganos?, disse Cláudio, que há anos mantém uma rixa com a família de Vera.

Para discutir sobre a cultura cigana e levar essas informações à população, Cláudio entregou a proposta de realização do Seminário Nacional de Questões Ciganas ao governo do Estado. ?Vamos trazer antropólogos, sociólogos e estudiosos para discutir, explicar e levar ao público nossa cultura. É uma medida urgente e necessária para que nosso povo não pague mais pela ignorância, que gera preconceito e discriminação?, finalizou o presidente da Apreci.

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