Crime ocorreu no centro. Os bandidos
deixaram duas jaquetas no local.

Ao reagir a uma tentativa de assalto, no início da noite de ontem, o investigador Bernardo Braga de Lacerda foi executado a tiros e caiu morto na Rua Desembargador Motta, próximo da Rua Saldanha Marinho, no centro da cidade. Ele estava lotado na Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas. A classe policial civil, ainda abalada com perda do investigador Luiz Gonzaga dos Santos, 49 anos, assassinado no último dia 6, em Colombo, reagiu com indignação diante dos fatos.

O policial foi assassinado por volta das 18h20, no momento que estacionava a viatura descaraterizada – um Gol placa AKB-8680. De acordo com o delegado Luís Carlos de Oliveira, da Delegacia de Homicídios, Bernardo ainda estava dentro do carro quando um homem armado o rendeu e o obrigou a passar para o banco do passageiro. Ao obedecer a ordem, o policial teria aberto a porta lateral e tentado escapar, porém foi surpreendido por um segundo marginal que pretendia embarcar no banco de trás do carro. O investigador teria tentado sacar a arma, quando foi alvejado com um tiro na cabeça e outro na perna, caindo morto na calçada. “Ele estava realizando um trabalho de investigação”, afirmou o delegado.

Através da testemunha e de uma fita de video, gravada pelo circuito de TV de um edifício vizinho, a polícia obteve os retratos falados dos dois criminosos.

Pistas

Vários delegados de distritos da capital estiveram no local do crime, abismados com o fato. Eles suspeitam que os assaltantes pretendiam fazer um seqüestro-relâmpago, já que momentos depois do crime outros dois carros foram roubados no centro da cidade. Um Golf foi tomado de assalto a algumas quadras dali e abandonado no bairro Água Verde. Um outro carro também foi roubado, na região do Largo da Ordem. “Desconfiamos que estes roubos foram cometidos pelos mesmos marginais, já que cada um correu para um lado, porém não podemos descartar a hipótese de que isso seja mera coincidência”, afirmou Luís Carlos de Oliveira. Já a delegada Vanessa Alice, da Estelionato, ressaltou que o investigador foi morto na tentativa de proteger o patrimônio público, ou seja, a viatura policial.

O delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Furtos e Roubos, divulgou o retrato falado dos dois suspeitos. “Este assassinato revoltou a classe. Já temos suspeitos e esperamos que a sociedade nos ajude a encontrá-los”, afirmou Recalcatti.

Os colegas do investigador informaram que ele tinha cerca de 40 anos e fez parte da última turma de policiais formados pela Escola Superior de Polícia do Paraná. Havia ingressado na carreira há 3 anos. Qualquer informaçõa sobre os assassinos podem ser passadas pelo número: 262-2800 ou 262-2878.

continua após a publicidade

continua após a publicidade