Investigações da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) levam a polícia a acreditar que o advogado Marcos Moraes de Freitas, 56 anos, funcionário do Tribunal de Contas, foi morto por um tiro acidental, durante assalto ocorrido na noite de anteontem. Marcos foi morto dentro de uma mansão da Rua Gregório de Matos, no São Lourenço, onde funcionava um bingo clandestino.

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O delegado Luiz Carlos Oliveira, da DFR, sustenta a teoria que o assalto pode ter ocorrido a mando de outro ?bingueiro?, que possa estar instalado na região e se sentiu prejudicado com a abertura de uma nova jogatina na área. ?Acreditamos que quem deu a dica foi alguém que sabia o que ocorria na casa, mas não conhecia seu interior. Os cinco bandidos que entraram na mansão pediram por um cofre, que não existia. Eles falavam com alguém ao celular. Suspeitamos que seja um sexto marginal, que ficou do lado de fora, dando as instruções?, analisou o delegado.

Dono

Os bandidos usavam bonés, não escondiam os rostos e aparentavam entre 19 e 23 anos. Retratos falados devem começar a ser confeccionados hoje, com a ajuda das testemunhas. Três delas, interrogadas ontem, já olharam os álbuns de fotografias de pessoas já detidas pela DFR e não reconheceram ninguém. O proprietário da casa também foi ouvido e foi lavrado termo circunstanciado de infração penal. Ele foi liberado, uma vez que contravenção não prevê prisão. Segundo apurou o delegado, o bingo funcionava há cerca de um mês e meio e Marcos já era freqüentador.

Os bandidos entraram no local por volta das 19h30, aproveitando-se que o portão da mansão foi aberto para a entrada de um jogador. Os bandidos renderam todos e recolheram dinheiro e pertences dos clientes. Marcos foi levado a um quarto, onde um dos marginais lhe deu um tiro na nuca. Depois, os bandidos fugiram no Scenic do dono da casa, encontrado abandonado, na manhã de ontem, no Cabral. A polícia demorou duas horas para ser chamada, enquanto os vestígios da jogatina eram escondidos. Mesmo assim, oito máquinas caça-níqueis foram apreendidas.

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Dois anos pra aposentadoria

Marcos era funcionário de carreira do Tribunal de Contas e estava a dois anos de se aposentar. Ele atuava na assessoria jurídica do TC, que preferiu não se manifestar sobre a morte do funcionário, visto que ela ocorreu fora do horário de trabalho, em situação particular. Freitas está sendo velado na capela 4 do Cemitério Parque Iguaçu, onde será sepultado às 10h de hoje. Ele morava na Rua do Amapá, Vista Alegre, e deixa viúva Maria Inês Cervenka de Freitas, servidora aposentada do Tribunal de Contas.

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