Ainda é um mistério para a polícia o paradeiro da garotinha Vivian Florêncio, 3 anos. Ela desapareceu na última sexta-feira juntamente com a mãe, a artesã Maria Emília Cacciatore Florêncio, 48, que foi encontrada morta na tarde de quarta-feira, parcialmente enterrada em uma cova rasa, à margem da Estrada dos Queimados, zona rural de Campina Grande do Sul. Durante o dia de ontem, policiais daquele município, da Delegacia de Vigilância e Capturas (DVC) e do Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride) estiveram no local onde a mulher foi enterrada – e teve o corpo coberto com cal – para buscar alguma pista que possa indicar onde a garotinha está. ?Apesar do empenho, não houve êxito no trabalho?, informou o superintendente da delegacia local, José Carlos.
Maria Emília foi sepultada ontem em Bocaiúva dop Sul, sob forte clima de comoção dos familiares e amigos. De acordo com o irmão da vítima, Sérgio Cacciatore Florêncio, os outros dois filhos da artesã – um garoto de 14 anos e uma menina de 11 – estão sob sua guarda, provisoriamente. O pai deles, com quem a vítima foi casada, tem acompanhado o caso e faz-se sempre solidário, conforme Sérgio. Os pais de Maria estão sob efeito de medicamentos e ainda não assimilaram a perda.
Investigação
Até agora, apenas um sargento do Polícia Militar é tido como suspeito no caso. Ele conheceu a artesã num supermercado, onde fez ?bico? como segurança e ela trabalhava como caixa. Ambos teriam tido um breve namoro, embora o policial seja casado.
Deste rápido relacionamento, supostamente teria nascido Vivian. Pelo menos era o que a artesã dizia aos seus irmãos, que então lhe cobravam que exigisse do pai o pagamento da pensão alimentícia da criança. Ela inclusive havia dito que, naquela sexta-feira, iria se encontrar com o PM, para resolver a situação.
Desde que a mulher e a criança desapareceram, o sargento passou a ser interrogado pelo comando da PM e afirma total inocência. De acordo com o tenente-coronel Pirollo, chefe do setor de Comunicação Social da corporação, o sargento foi ouvido novamente na noite de quarta-feira e manteve o depoimento dado dias atrás, afirmando não ter nenhuma participação na morte da artesã ou no sumiço da garotinha. ?O sargento confirmou ter marcado o encontro com a vítima, mas disse que não compareceu. Disse ainda que não reconhece a filha (Vivian) como sendo dele?, explicou o tenente-coronel. O encontro entre o sargento e Maria teria mesmo o objetivo de discutir o pedido de pensão alimentícia, que a criança teria direito, caso fosse realmente filha dele. Pelo depoimento do policial militar, nesse encontro ele pretendia dizer à artesã que não assumiria a menina como filha e que pediria um exame de DNA para tirar a dúvida sobre a paternidade.
O sargento está cooperando com as investigações realizadas pelo serviço de inteligência da PM. ?Ele está colaborando e faz questão de esclarecer o fato?, disse Pirollo. O suspeito foi afastado de suas funções e está recolhido no quartel do Comando Geral para preservar a investigação. ?Esse recolhimento não tem caráter de prisão?, ressaltou o tenente-coronel.
Procurado pela imprensa, o sargento preferiu não conversar sobre o fato, principalmente porque seu trabalho dentro da Corporação – realizado dentro de um grupo de ação especial da PM – depende da não divulgação de sua imagem.