A Delegacia de Homicídios divulgou ontem os nomes ou apelidos de mais oito pessoas acusadas de integrar gangues no Cajuru, suspeitas de envolvimento em tentativas de homicídio, assaltos, furtos e tráfico de drogas. Eduardo Ramon Martins, o “Tiririca”; Fernando Luís Felau, conhecido como “Frango”, e os suspeitos conhecidos pelos apelidos de “Dandi”, “Micose”, “Esquilo” e “Metal”, que seriam integrantes da “gangue V.O.” ou “gangue da Vila Oficinas”, estão com mandados de prisão decretados. Do grupo rival, a “gangue do meio”, falta prender os sujeitos conhecidos como “Negão da Rua do Meio” e “Luciano Cagão”. A informação é do delegado Stélio Machado, titular da Delegacia de Homicídios.

Outras prisões de integrantes de gangues já foram efetuadas pelos investigadores Marcos, Jairo, Paulinho, Lamas e Santos Dumont, acompanhados pelo delegado Marco Antônio de Góes Alves. Na segunda-feira foram apanhados Adriano Christian Ribeiro, conhecido como “Maguila”, 23 anos; Elison Molina, o “Fogueira”, 19; Fábio Eduardo Ferreira, 20, e Victor Basso Alves, o “Doug”, 20. Anteontem se apresentou na delegacia Alisson Luís Lopes, o “Bocão”, 20, e após ser ouvido recebeu voz de prisão.

De acordo com a polícia estes grupos querem liderar o crime no Cajuru, aproveitando que Elizabeth Ferreira da Silva, a “Bega”, 47, o filho dela, Leandro Ferreira da Silva, o “Feijão”, 21, e o arquirrival deles, Antônio Edicláudio Alves, o “Passarinho”, 43, estão fora de circulação, uma vez que também foram presos. Estes três seriam os “barões da droga” da região. “Não vamos dar trégua para que ocupem o lugar deles. Quem tentar vai para trás das grades. Vamos dar o toque de recolher todos os marginais na cadeia”, ironizou Stélio.

Ordem

O toque de recolher todos à cadeia é uma questão de honra para a polícia, uma vez que a ousadia dos traficantes da região do Cajuru chegou ao ponto das gangues instituírem o “toque de recolher” para comerciantes e moradores. Há menos de duas semanas eles espalharam pelas vilas existentes no bairro que ninguém poderia sair de casa ou abrir o comércio após às 19h. O dono de um bar desobedeceu a ordem e fechou durante a madrugada. Ao sair foi baleado na cabeça e morreu essa semana, no hospital. Um garoto que caminhava pela rua, também fora do horário estipulado pelos bandidos, foi ferido a tiros na perna.

Diante dessa situação, a Delegacia de Homicídios resolveu se mobilizar e declarar guerra ao tráfico, salientando que a grande maioria dos crimes (mais de 90%) ocorridos na periferia da capital e na Região Metropolitana, é motivada por drogas. Combatendo o comércio e uso de drogas, a polícia diz crer que reduzirá também o número de homicídios e tentativas.

Assalto

O delegado Marco Antônio informou que ontem foi procurado por uma vítima de roubo, que reconheceu Alisson e Adriano. Segundo a vítima, ela saía de uma lanchonete na Rua Luís França, no Cajuru, quando foi abordada por cinco homens. “Este Alisson Bocão e o Adriano eu reconheço com certeza. Eles estavam armados e me roubaram R$ 170,00, minha carteira com documentos e dois telefones celulares. Registrei o boletim de ocorrência no 6.º Distrito”, informou a vítima que prefere não ser identificada. Ela disse ainda que dias depois recebeu um telefonema informando que seus documentos foram achados no Jardim Botânico. “O estranho é que fui buscá-los justamente nas proximidades da casa desses rapazes”, acrescentou a vítima.

O delegado Marco Antônio acredita que o grupo esteja envolvido em outros crimes e solicitou às pessoas que foram vítimas da gangue que compareçam na Delegacia de Homicídios, situada na Rua Ermelino de Leão, n.º 513, bairro São Francisco, ou entrem em contato através do telefone 324-9158.

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