Instituto Paz no Trânsito quer agravar penas

Famílias que têm o mesmo relato triste de parentes mortos em acidentes de trânsito se reuniram ontem em meio a bandeiras brancas para pedir paz. Esta cerimônia marcou o lançamento oficial do Instituto Paz no Trânsito, fundado pelo casal Gilmar e Christiane Yared, pais de Gilmar Rafael, que morreu em um acidente automobilístico em Curitiba no ano passado.

O encontro aconteceu no Memorial às Vítimas de Trânsito no Parque Barigui, em Curitiba. A ONG é fruto do movimento popular “190Km/h é Crime”, iniciado logo após o acidente que vitimou Gilmar Rafael e Carlos Murilo de Almeida, no dia 7 de maio de 2009.

O instituto terá três pilares: educação, fiscalização e apoio às famílias. Muitas mães que perderam seus filhos se encontram com Christiane Yared em busca de conforto e momentos de desabafo com alguém que entende o que elas estão passando.

“Não existe nenhum órgão, nenhuma pastoral, para o apoio das famílias, que são as maiores vítimas. Elas se desestruturam completamente, como um efeito dominó”, comenta.

O Instituto Paz no Trânsito também vai brigar pelo agravamento das penas para os crimes de trânsito com vítimas fatais. A entidade quer que esse crime seja configurado como homicídio doloso, o que requer uma mudança no Código Penal. O Instituto, em parceria com outros movimentos, está recolhendo assinaturas para um anteprojeto de lei popular sobre o assunto.

Exemplo

O casal Antonio e Maura Maciel, que acompanhou a cerimônia de ontem, perdeu há dois meses o filho Eduardo em um acidente na BR-476, no trevo do município de Antônio Olinto.

Um motorista alcoolizado, sem carteira de habilitação, saiu da PR-281 e entrou na rotatória pela contramão. Atingiu em cheio o veículo onde a família estava. Eduardo morreu na hora e o motorista que causou o acidente saiu ileso. “Soubemos que ele está agora com uma moto, dirigindo sem habilitação”, protesta Antonio.

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