Motivos passionais e os conflitos familiares não podem ser desassociados aos crimes contra as mulheres. Lindomar Wessler Bonati, professor de sociologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) acredita que muitos homens ainda se sentem inseguro sobre as conquistas das mulheres em outros ambientes a não ser os relacionados à família. Pode-se até mesmo dizer que os “homens estão em crise” diante das mudanças na cultura machista.
“Vai desde assumir conjuntamente o papel do lar. Somente isto já é um fator de conflito. A mulher exige que as tarefas sejam divididas e o homem não entende. Tudo isto afeta o relacionamento afetivo. O homem se vê traído por ela sair daquela dimensão tradicional, e não apenas por ela eventualmente se envolver com outra pessoa”, ressalta.
Impulso, ciúme, relacionamento mal resolvido e provocações criam um verdadeiro “caldeirão” que pode resultar em morte. O delegado Recalcatti acredita que não tem outra saída a não ser o diálogo. “Se o relacionamento não está bem, tem que sentar e conversar. As pessoas realmente estão matando muito pelo impulso, pela falta de estrutura. Estão tirando a vida por qualquer banalidade”, revela.