Passados dois anos da queda da marquise de um anfiteatro da Universidade Estadual de Londrina (UEL), que resultou na morte de dois estudantes e deixou 17 feridos, o inquérito policial que apura o incidente e que apontará os responsáveis pela tragédia ainda não está pronto. De acordo com a polícia, todas as diligências que tinham de ser feitas localmente já foram realizadas, porém, a dificuldade está em colher materiais, tais como depoimentos e exames das vítimas, provenientes de outras cidades. A maior parte dos estudantes atingidos não morava em Londrina.
O acidente aconteceu no dia 12 de fevereiro de 2006, durante um congresso de zoologia. Após as primeiras análises, a marquise que despencou sobre os estudantes foi caracterizada condenada pelo Instituto de Criminalística, assim como pela comissão de sindicância interna que a UEL abriu para apurar o caso. Segundo as avaliações, havia erros de projeto e execução da obra, bem como deficiências no material utilizado.
Esta semana, a UEL reabriu o anfiteatro do Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa). Durante esses 25 meses, o local permaneceu fechado. O prédio passou por intervenções e toda a laje foi submetida a testes de resistência para comprovar que a utilização não oferece riscos aos usuários. Porém, o lado direito do prédio, onde ficava a marquise, continua interditado por determinação judicial.
A universidade garante que, apesar de ainda não ter sido estabelecida a responsabilidade pela queda, tem amparado as vítimas, inclusive com despesas de tratamento médico, ainda hoje necessário a três dos estudantes atingidos.
De acordo com o delegado adjunto da 10.ª Subdivisão da Polícia Civil, Nelson Águila, a conclusão do inquérito só depende da chegada das cartas precatórias ainda pendentes, com depoimentos e exames das vítimas. A maior parte delas, porém, já está nas mãos da polícia, que tem inclusive o nome de pessoas que devem ser indiciadas. As identidades serão preservadas até que o inquérito seja oficialmente concluído.