Às dez e meia da manhã de 16 de fevereiro de 2010, bombeiros retiraram um corpo do Rio Atuba. A Criminalística compareceu ao local e o cadáver, com quatro perfurações de bala, foi encaminhado para necropsia no Instituto Médico Legal. Desde então, não houve qualquer avanço na investigação. A própria portaria de instauração do inquérito (n.º 2.232/13) é um sintoma da lentidão da polícia neste caso: o documento está datado de 7 de janeiro de 2013, 1.056 dias após a localização do corpo. Neste período, não foi ouvida nenhuma testemunha nem foram solicitados outros exames para descobrir a identidade da vítima.
Situação semelhante ocorreu no inquérito n.º 3.428/10. C.P. foi morta em abril de 2010. Ao lado do corpo, havia um celular que poderia ter sido analisado para se obter telefones de parentes ou amigos. Mas, no inquérito, não há informação de que a perícia tenha sido feita. Em maio, um dos investigadores fez um relatório com informações repassadas pela irmã da vítima sem informar nome ou telefone de contato dela. O delegado determinou então a abertura do inquérito. A primeira intimação, só emitida em novembro de 2012, não foi cumprida. Com isso, o primeiro depoimento foi registrado em 20 de março de 2013, quase três anos após a morte da vítima.