IML, sobrevivendo em lenta agonia

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IML pode parar.

"O Instituto Médico Legal está prestes a explodir". Este foi o desabafo do diretor do órgão, médico Hélio Galileu Bonetto, que há seis meses tenta resolver a situação caótica em que se encontra o IML. Em julho, o governador não renovou o contrato com a terceirizada Tecnolimp Empresa e Conservação, responsável pelo pagamento dos funcionários administrativos, dos motoristas e dos plantonistas do necrotério. Com isso, o IML pode parar a qualquer momento, uma vez que os proprietários da empresa ameaçam deixaram de custear os gastos.

De acordo com o diretor, três meses antes do contrato vencer ele enviou um pedido de renovação ao governador Roberto Requião, que o indeferiu. Com isso, desde julho a empresa está bancando o salário de 44 funcionários em todo o Estado, sendo 19 na capital. A situação piorou no último dia 6, quando o aviso enviado pela Tecnolimp venceu e a empresa afastou seis funcionários administrativos, que trabalhavam em Curitiba. A medida foi tomada porque os responsáveis afirmaram que não tinham condições de pagar o 13.º salário. O afastamento resultou no atraso de mais de 400 laudos de necropsia e lesão corporal, apenas na última semana. O temor do diretor é que a mesma medida seja tomada com os demais funcionários e que o IML pare de vez, já que oito motoristas e quatro chefes de plantão estão na "corda bamba". "O proprietário da empresa queria afastar todos os funcionários, mas nós negociamos com ele e felizmente estes ficaram. Porém, se o contrato não for renovado, o IML vai parar e os corpos terão que ser recolhidos pelo Corpo de Bombeiros", afirmou o diretor.

Ontem, Bonetto enviou um contrato emergencial ao governador, que poderá ou não assiná-lo na segunda-feira. No documento, Bonetto solicitou a validação dos meses vencidos e uma renovação para, pelo menos, os próximos seis meses. O proprietário da terceirizada ameaçou afastar todos os funcionários, caso não receba o documento assinado.

Espera

A situação já está refletindo na população. Com apenas um motorista de plantão para atender mais de 20 cidades, desde as pertencentes à Região Metropolitana de Curitiba até municípios como Lapa e Adrianopolis, os corpos estão demorando horas para serem recolhidos. Exemplo disso aconteceu na quinta-feira, quando o camburão do IML foi até a zona rural de Itaperuçu, às 16h, retornando apenas as 22h30. Na volta para Curitiba (cerca de 40 quilômetros em estrada de chão) o camburão quebrou. Com isso, dos cinco carros existentes no IML, apenas dois estão em condição de uso.Os refrigeradores do necrotério, com mais de 30 anos de uso e responsáveis pela conservação dos cadáveres, não mantêm a temperatura, permitindo que o corpo deteriore.

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