Um crime covarde e misterioso chamou a atenção de moradores do Sitio Cercado, em Curitiba, no início da manhã de ontem.
A aposentada Clara Szneider de Lima, 81 anos, que morava sozinha em sua casa, na Rua José Bassa, foi encontrada morta, caída no chão da sala, amordaçada com um pedaço de pano e apresentando ferimentos no rosto e no braço.
Os assassinos ainda atearam fogo na residência da velhinha, que foi rapidamente controlado pelo Corpo de Bombeiros. A suspeita levantada pela polícia é que a idosa tenha sido vítima de latrocínio (roubo com morte).
O movimento na rua, por volta das 6h, ainda era calmo quando vizinhos se assustaram com o forte cheiro de fumaça vindo da casa de Clara. Preocupados, eles chamaram pela moradora, que não atendeu. Sem resposta, resolveram pedir socorro e chamaram os bombeiros. ?Assim que entraram, os bombeiros se depararam com o corpo de Clara, atrás da porta. Eles apagaram o fogo, mas ela já estava morta?, contou o investigador Pimentel, da Delegacia de Homicídios, que atendeu a ocorrência juntamente com o policial Robert. Do princípio de incêndio restaram apenas as manchas escuras nas paredes da moradia.
De acordo com os investigadores, a vítima estava com um pedaço de pano em volta do pescoço e do rosto e apresentava feridas causadas por prováveis agressões. Embora no local não tenha sido possível constatar a causa da morte, a perícia criminalística adiantou que havia sinais de que Clara foi assassinada. ?Também percebemos marcas de arrombamento na porta da casa e sangue no chão da sala?, relatou Pimentel.
Motivo
Policiais e familiares suspeitam que quem cometeu o crime tenha fugido com o dinheiro da vítima, o que caracterizaria latrocínio. No entanto, parentes de Clara ainda irão fazer um levantamento para saber se desapareceu alguma coisa da casa. ?Está tudo revirado, vamos ver o que está faltando. Ela tinha dinheiro guardado?, informou Célia, sobrinha de Clara. Abalada, Célia não soube dizer quem teria cometido o assassinato. Segundo ela, sua tia nunca foi ameaçada ou agredida anteriormente.
A polícia também levantou que, no dia anterior ao crime, a vítima deveria pegar sua pensão, equivalente a um salário mínimo, porém, em função do feriado, a data foi adiada. ?Talvez alguém soubesse dessa pensão e acreditasse que ela estava com o dinheiro?, disse Pimentel. O crime será investigado pela Delegacia de Homicídios e, caso se confirme o latrocínio, deverá ser encaminhado à Delegacia de Furtos e Roubos (DFR).
Suspeitos
Espantados com a estranha morte de Clara, alguns vizinhos comentaram que, durante a madrugada, viram cerca de cinco indivíduos rodeando a casa, porém não perceberam nenhuma confusão. Moradores disseram que, por volta das 5h, quando saíram à rua, não havia ninguém próximo da residência.