A partir do número de telefone do aparelho celular, investigadores de São José dos Pinhais chegaram à autoria do crime que vitimou Fernandes da Cruz, 38 anos, no último dia 19 de maio. A vítima – que trabalhava como entregador de gás – era protegido da Justiça e testemunha do Ministério Público em uma denúncia de roubo e desvio de cargas, envolvendo 26 pessoas, inclusive policiais.
Devido a proteção do MP, o telefone da vítima era monitorado. A partir dessa informação, foi pedida a quebra do sigilo telefônico e descobertos os números das últimas ligações recebidas por Fernandes. O assassino, identificado como Marcelo Polli, usou o telefone para armar a cilada e matar a vítima.
Na ligação para Fernandes foi combinado que ele deveria realizar a entrega de um botijão de gás, na Rua Paulo Adams Filho, localidade de Riacho Doce. Quando chegou, ele foi executado. Acontece que o número discado ficou gravado na memória do celular da vítima e denunciou o matador.
Ex-amásia
O número foi identificado e conseqüentemente a proprietária do aparelho. Entretanto, a referida dona – moradora no bairro São Braz, em Curitiba – já havia vendido o telefone celular, que passou por mais quatro usuários. Devido ao trabalho de investigação, os policiais chegaram até uma ex-amásia de Marcelo, e atual proprietária do celular. Ela relatou que havia emprestado o aparelho para o acusado, o que comprovou as suspeitas dos investigadores.
Marcelo tomou conhecimento que estava sendo procurado pela polícia e empreendeu fuga. Emprestou, inclusive, o carro do pai (Gol) para fugir. O carro está apreendido na delegacia local.
De acordo com o superintendente Altair Ferreira, testemunhas do homicídio reconheceram Marcelo a partir de uma foto obtida pelos investigadores. O “procurado” é considerado pela polícia como indivíduo de alta periculosidade. Além do homicídio, ele é apontado como o autor de disparos de pistola dentro de um estabelecimento comercial, em Santa Felicidade, há pouco mais de uma mês, e que resultou em ferimentos em cinco pessoas. “Ele é procurado pela Delegacia de Homicídios pela tentativa e tem prisão decretada aqui por São José dos Pinhais”, explicou Ferreira.
Segundo o superintendente, somente a partir da prisão do acusado é que o motivo do crime poderá ser desvendado. “Se foi contratado para matar ou se foi uma desavença pessoal, somente o Marcelo poderá esclarecer”, concluiu Altair. Os primeiros nomes dos dois indivíduos que acompanharam Marcelo na execução também já foram levantados pela polícia.