Homem teria sido morto por ter um walkman

O presente de aniversário esperado pode ter sido a causa do brutal assassinato do jardineiro Francisco Carlos Magalhães, 38 anos. A suspeita é de que o jardineiro foi assassinado por ladrões, que levaram o walkman que ele tinha acabado de ganhar de presente da mulher. Com o rosto desfigurado, ele foi encontrado morto às 6h de ontem, dentro de uma valeta na Rua Moreira da Silva, próxima do cruzamento com a Rua Betonex, no Jardim Holandês, em Piraquara.

A mulher a da vítima, Castorina Santos Magalhães, estava desolada com a cena tétrica do crime. “Não é justo”, lamentava ao ver o estado do cadáver do marido. “Com certeza foram ladrões que fizeram isso”, afirmou a mulher, muito nervosa. Ela comentou que o marido trabalhava em uma floricultura no centro de Curitiba e costumava chegar em casa entre 19h e 19h30, todos os dias. “Ele sempre era abordado por esses rapazes, que pediam dinheiro. Na verdade, era um assalto, mas para evitar confusão, sempre dava o dinheiro que tinha e até o vale-transporte”, contou Castorina.

Castorina contou que o marido sempre comentava que pensava em comprar um walkman, quando sobrasse dinheiro. Para agradar o marido, há 20 dias, ela comprou o tão sonhado presente e o guardou para dar no dia 28, quando Francisco completaria 38 anos. Porém, na sexta-feira, Castorina não agüentou mais esconder o presente e pela manhã resolveu entregá-lo. “Ele ficou muito feliz. Me disse: vou trabalhar ouvindo música. Mas não voltou mais”, contou. Ela acredita que os marginais mataram seu marido para roubar o walkman, já que a data de pagamento de Francisco não estava próxima. “Ele nem freqüentava os bares da região porque achava que era perigoso. Também não tinha inimizade com ninguém. Era uma pessoa calma e para não arrumar confusão dava até o último vale-transporte”, assegurou Castorina.

Pedágio

Outros moradores informaram que os marginais do Jardim Holandês costumam cobrar pedágio dos moradores. “Quem não se submete à ordem, morre mesmo”, confirmou um homem que estava entre as pessoas que foram ver a cena do crime. De acordo com os moradores, a maioria das abordagens é feita na rua principal do bairro, a Betonex, também conhecida como a “rua da morte”. “Esse bairro é muito perigoso”, desabafou Eliane Pereira da Silva, cunhada de Francisco, que chorava junto com Castorina.

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