Após dar dois meses de trégua para a família da ex-namorada, um rapaz de 24 anos, voltou a ameaçá-la. Na véspera de Natal, ele mandou uma mensagem para o celular de seu ex-sogro: ?Hoje você vai ver o presente de Natal que comprei para você?. Como nada aconteceu, Jorge Reucher teme que o rapaz coloque mais uma bomba em sua casa, no Santa Cândida, no feriadão de Ano Novo. Somente este ano, o jovem colocou quatro bombas no portão da casa da família, mandou 17 mensagens para o celular do ex-sogro, além de dar inúmeros telefonemas durante a madrugada.
Jorge contou que sua filha namorou o rapaz durante outubro e novembro do ano passado. Alertada pela mãe do rapaz, a jovem resolveu terminar o relacionamento. Durante dois meses, ele tentou a reconciliação, mas, quando percebeu que não teria uma nova chance, resolveu atormentar a vida da moça e de seus familiares. No dia 28 de fevereiro, ele deu o primeiro aviso para a jovem: ?Vou fazer da tua vida um inferno e você não será a primeira a sofrer na minha mão?.
Internet
Primeiro, ele começou a ameaçar pelas páginas do orkut (site de relacionamento da internet), depois por telefone e através de mensagens, até que, em 4 de março, explodiu a primeira bomba no portão da casa, na Rua São João. Além de telefonar e enviar mensagens para a jovem, ele passou a atormentar o ex-sogro e as duas ex-cunhadas, ameaçando matá-las.
Cansado das ameaças e temendo que uma tragédia pudesse acontecer, Jorge procurou a polícia e foi aberto procedimento no Juizado Especial Criminal, mas até agora nada foi feito e as ameaças continuam. No dia da audiência, ele colocou outra bomba no portão na casa da família e mandou uma mensagem pelo orkut ameaçando o delegado que investiga o caso.
Explosão
No dia 7 de setembro, às 19h, o jovem enviou um novo recado: ?Dia demoníaco, ritual satânico?. Na madrugada do dia 8, uma bomba caseira feita com extintor de incêndio explodiu. Os estilhaços quebraram os vidros da moradia e perfuraram o teto de madeira e o concreto. Além disso, o artefato cortou o fio de telefones da região.
O último atentado aconteceu em 14 de outubro, quando um novo artefato foi colocado no portão da moradia. Policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE) desarmaram a bomba.
Solução demorada
O advogado da família, Halley Suliano, informou que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Armas e Munições (Deam), mas que nada foi feito até o momento. ?O meu cliente investigou. Já tirou mais de 100 fotografias e entregou tudo para a polícia, mas até agora continuamos na estaca zero.? Segundo o advogado, alguns amigos do rapaz colaboram com ele para atormentar a família. ?Não sabemos onde isso vai parar. Tememos que aconteça algo mais grave se nada for feito.?
De acordo com informações prestadas pela Deam, o inquérito policial já foi instaurado e encaminhado à Justiça. O delegado Luiz Fernando Artigas solicitou mais prazo para fazer novas investigações. Com isso, o inquérito deve retornar à delegacia apenas depois de 7 de janeiro.
