O confronto entre policiais militares e bandidos em Campina Grande do Sul na madrugada de quarta-feira (15) resultou na morte de um inocente. Jean Carlos Pacheco, 40 anos, era reféns dos bandidos que trocaram tiros com policiais militares. Jean era motorista do caminhão e havia sido roubado minutos antes. Ele levou um tiro na nuca e foi encontrado morto no banco de trás do carro.
De acordo com um parente da vítima, Jean era dono de uma empresa de transportes e trabalhava como motorista há cerca de 15 anos. Ele teria feito uma parada para dormir, quando foi sequestrado por dois bandidos, mas o caminhão tinha rastreador e parou no quilômetro 68 da BR-116. “Quando o colocaram dentro do carro para fugir, a polícia chegou e saiu atrás”, conta. Segundo o parente, Jean estaria amarrado no banco de trás do carro e levou um tiro na nuca. Porém, ninguém da Polícia Civil soube dar informações.
Amigos
A família de Jean só soube da morte do motorista pelos amigos dele. “Passamos o dia angustiados, porque a polícia não nos deu informações. Se não fossem os amigos dele, que o procuraram desde a manhã em hospitais, delegacias e no Instituto Médico Legal, não ficaríamos sabendo”, reclamou o parente. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou que o caminhão foi encontrado intacto e entregue na quinta-feira (16) para os familiares. Jean deixou esposa e duas filhas, de 10 e 9 anos.
De acordo com informações do 22.º Batalhão, houve confronto depois que os suspeitos atiraram e os policiais revidaram. Dois homens saíram correndo e, quando os policiais se aproximaram do carro, encontraram Jean baleado. O Siate foi chamado e atestou a morte. De acordo com a assessoria, a PM abriu inquérito para apurar se existe responsabilidade dos policiais.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, o caso está sendo investigado. O delegado-titular de Campina Grande do Sul, Osmar Feijó, assume as investigações hoje. A polícia tampouco esclareceu se há relação com o caminhão roubado em Pinhais, jogado contra o carro de guardas municipais que tentavam pará-lo.