Depois de seis horas em um quarto de motel na BR-277, no Orleans, o encontro entre dois homens e uma mulher terminou em morte. O cenário da suíte era de um filme de terror: o sangue da vítima, atingida por pelo menos trinta golpes de canivete, ficou espalhado por todos os cantos, até na garagem, onde o assassino pegou o carro do rapaz que matou para fugir.
Às 8h deste domingo (2), os três entraram no motel. Um deles foi escondido no porta-malas. Por volta das 14h de domingo (2), funcionários do motel encontraram a moça chorando, em frente à garagem. Quando se aproximaram dela, perceberam que tinha bastante sangue no local. Um homem identificado apenas como Jhony, com medo de ser capturado, entrou no carro da vítima, o Corsa hatch preto placa ATF-2372, e fugiu em alta velocidade. Ele estourou o portão de entrada do motel com o carro para deixar o local.
Seguindo os rastros de sangue da garagem, as funcionárias foram até a suíte, uma das mais baratas do motel, e logo encontraram Luiz Guilherme Laynes Leining, 33 anos, caído perto da porta de entrada. Ele vestia calça, sapatos, mas estava sem camisa, com o peito e as costas marcados por vários golpes de arma branca. Socorristas do Siate foram acionados, mas constataram apenas que Luiz já estava morto.
A mulher contou para a polícia que os dois começaram a brigar dentro do quarto. Quando a confusão ficou mais intensa, Jhony mandou que ela saísse de lá. De acordo com o perito Edimar Cunico, do Instituto de Criminalística, o assassino utilizou um instrumento cortante pequeno, como um canivete, e desferiu aproximadamente 15 golpes no peito e mais 15 nas costas da vítima.
O assassino, depois de pisar no sangue da vítima, caminhou até o banheiro, onde lavou as mãos e provavelmente o canivete, e desceu até a garagem para pegar o Corsa. Ele levou a arma do crime. Os peritos também recolheram digitais pelo quarto, e não encontraram nenhum indício de drogas.
Entretanto, o delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Homicídios, acredita que alguma questão envolvendo entorpecentes motivou a briga. A mulher que testemunhou tudo não soube explicar como a discussão começou e foi levada para a DH para prestar novo depoimento.
“Ela disse que é garota de programa e que Jhony também é. Os dois são conhecidos da vítima. Eles freqüentavam o apartamento do Luiz”, conta o delegado. Equipes do Batalhão de Operações Policiais Especiais e do serviço velado da PM fizeram buscas nos locais que o suspeito freqüenta, porém não o localizaram.
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