Bala pra todo lado

Homem de 70 anos mata dois em cassino clandestino no Capão Raso

Um cassino clandestino que funcionava em um porão, na Rua Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, a poucas quadras do terminal do Pinheirinho, cessou as atividades ilegais no início da noite de sábado (4), depois que duas pessoas foram mortas no portão de entrada. Ronaldo Fontoura dos Santos, 39 anos, e o comerciante Carlos Cesar de Andrade, 49, morreram após serem baleados várias vezes pelo empresário Yukuo Nakagiri, 70, que estava armado com uma pistola 9 milímetros e um revolver 32.

Ronaldo, que foi segurança de Nakagiri por anos e agora tinha sua própria casa de jogos, estava armado com uma pistola 380, mas não teve tempo de usá-la para se defender. Depois dos tiros, o autor fugiu em uma Toyota Hilux prata, mas foi preso por policiais militares do 13.º Batalhão na Linha Verde. Além das armas, a polícia apreendeu munições e R$ 2 mil em dinheiro. No cassino, foram encontradas oito máquinas caça-níqueis, computadores e baralhos.

Nakagiri foi levado ao Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac-Sul), no Portão. Em depoimento, alegou que Ronaldo lhe devia mais de R$ 200 mil em vendas de carros. Afirmou ter entregado quatro veículos para que ele comercializasse, mas Ronaldo alegou que os carros foram roubados. Depois do suposto roubo de uma Nissan Frontier, Nakagiri resolveu cobrar a dívida na bala. Carlos estava junto e não foi poupado.

Nakagiri é um dos diretores do clube de poker Texas Jockey, que funciona nas instalações do Jockey Club do Paraná. Ronaldo foi segurança do local e também de outros clubes. Em 2012, foi preso por porte ilegal de arma e favorecimento de prostituição. Nakagiri disse que pagou R$ 20 mil a um advogado para tirar o funcionário da cadeia. Pararam de trabalhar juntos, mas mantinham alguns negócios.

Familiares das vítimas contradisseram Nakagiri. O acusaram de ser viciado em jogos e de dever R$ 85 mil para Ronaldo, em apostas feitas no cassino clandestino. Esta foi a segunda vez que o idoso se envolveu em caso de homicídio. Há 30 anos ele foi absolvido das acusações de matar uma pessoa.

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