Inconformado com o fim do relacionamento de três anos, Felipe Santos de Souza, 21, por pouco não explodiu um carro com a ex-mulher e as duas filhas, de 1 e 2 anos, na tarde de ontem. Por volta das 8h, ele aproveitou que a adolescente, de 16 anos, estava sozinha com as crianças na casa do pai dela, no Jardim Guaraituba, em Colombo, e iniciou a tortura que só terminaria cinco horas depois.

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Com uma faca, Felipe fez ameaças para obrigá-la a voltar morar com ele. Há dois meses ela havia deixado a residência por causa dos recorrentes acessos de ciúme e violência. Segundo a polícia, depois disto, as juras de morte começaram a ser diárias e Silval Assis, 38, pai da garota, fez queixa na delegacia. Por este motivo, Felipe estava proibido de se aproximar da ex-mulher e das filhas. “Ele mandou mensagens por celular dizendo que ia matar toda nossa família, e quase provocou uma tragédia”, disse Silval.

Violência

Por volta das 9h30, Felipe amarrou e amordaçou a ex-mulher e a jogou no carro do ex-sogro, que estava na garagem. As filhas foram colocadas no banco de trás com a mãe. Felipe pegou um botijão de gás e colocou no banco do carona para em seguida dar voltas pelo bairro. “Deixava o gás vazar e dizia o tempo todo que ia explodir o carro. Queria me matar com as duas crianças”, relatou a adolescente.

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Enquanto davam voltas com o carro, encontraram a mãe de Felipe. Após muita conversa ela conseguiu pegar as crianças, mas não convenceu o filho a parar com a ação enlouquecida. A mulher, desesperada, com as netas no colo, foi até o módulo policial do bairro e denunciou o filho.

Detido

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Próximo ao Parque dos Lagos, uma viatura da Polícia Militar cruzou com o rapaz no momento em que fazia manobras arriscadas, por volta das 13h. Os policiais prenderam Felipe e libertaram a refém. “Ele estava indo buscar meu irmão, de 11 anos, na escola. Queria matá-lo também para ferir meu pai, a quem odiava”, contou a garota.

Felipe foi encaminhado para a delegacia do Alto Maracanã, onde foi autuado por cárcere privado, sequestro e pela Lei Maria da Penha. A menina e o pai prestaram depoimento à polícia e esperam justiça. “Ele ficará preso por, pelo menos, 30 dias, por descumprir a medida restritiva. Vamos entregar o inquérito à Justiça que vai estipular a pena pelos outros crimes”, afirmou a chefe de investigação Elzira Wagner.