Guardas municipais de Curitiba realizaram, ontem, uma manifestação por melhores condições de trabalho e segurança. Eles se concentraram, logo no início da manhã, em frente à Catedral Basílica, na Praça Tiradentes, onde foi realizada uma celebração ecumênica em homenagem a colegas assassinados nos últimos meses. Depois, foram em caminhada até a sede da prefeitura.
“Foram quatro guardas municipais assassinados nos últimos seis meses. Os profissionais não têm como garantir a segurança da população, se não têm a segurança própria garantida.
A prefeitura não tem lhes dado boas condições de trabalho”, comentou a diretora de comunicação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), Alessandra Claudia de Oliveira.
Entre as principais reivindicações da categoria, estão aumento do piso salarial de R$ 710,88 para R$ 1,3 mil; normatização das escalas de horas extras; e abertura de concurso público para contratação de novos profissionais. “Muitos guardas realizam turnos de 24 horas de trabalho e ficam sozinhos nos módulos. O ideal são dois guardas por módulo e jornadas diárias menores”.
Outras reivindicações são aquisição de coletes à prova de bala para mulheres que trabalham como guardas municipais, responsabilização da prefeitura por problemas ocorridos na área da segurança pública e garantia da cautela da arma.
“Queremos que os guardas possam ter a posse das armas que utilizam fora dos horários de serviço. Quando vão para casa, eles ficam totalmente desprotegidos”, disse Alessandra.
O mais recente assassinato de guarda municipal de Curitiba aconteceu no último dia 15. Leocádio Swami de Mello e Silva, de 59 anos, foi morto enquanto estava de serviço na escola municipal Senador Enéas Faria, no bairro Cajuru.
Segundo o Sindicato, cerca de 1,2 mil guardas municipais estão em atividade na capital. Dentro da categoria, muitos profissionais são afastados e obtêm laudos médicos devido ao grande estresse que enfrentam no dia a dia.
Por meio de sua assessoria, a prefeitura informou que, durante uma reunião na tarde de ontem, a administração definiu que vai seguir o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), que prevê entre outros pontos a remuneração de R$ 1,3 mil para integrantes da Guarda Municipal que seguirem regras como ausência de processo judicial e participação em cursos do Pronasci até 2012.
Também ficou marcada para o dia 15 de fevereiro de 2010 uma nova reunião onde será discutida a revisão salarial dos guardas municipais. “Caso nada seja resolvido até essa data, a Guarda Municipal de Curitiba entrará em greve”, reforçou Alessandra.