Desde a última quarta-feira o Colégio Estadual Senhorinha Moraes Sarmento, no Centenário, em Curitiba, não é mais o mesmo. A paz e a tranqüilidade que eram comuns entre os alunos do período noturno deram lugar à incerteza e ao medo. Naquela noite um grupo de quatro menores armados invadiram o colégio à procura de um jovem de 18 anos, estudante do 3.º ano do ensino médio. Como não conseguiram encontrar sua vítima eles ameaçaram os demais alunos e professores e destruíram parte do patrimônio do colégio. Desde aquele dia as aulas noturnas foram suspensas. Alunos e professores estão comparecendo ao colégio, mas para discutir idéias de como tornar mais segura a instituição de ensino.
A vice-diretora, Lilian Erica Hauschildt Fernandes, contou que até o meio desta semana a escola não havia passado por problemas tão graves. Ela disse que a mesma gangue já havia invadido o local há 15 dias, mas a repercussão foi bem menor. “Desta vez eles estavam armados, apagaram as luzes à procura da sala do rapaz. Como não acharam, quebraram os vidros de uma das portas que dá acesso ao corredor”, contou, lembrando que os marginais chegaram a bater e roubar um boné de um outro aluno, que a princípio, nada tinha com o fato. “Quando eles estavam indo embora, passavam e davam tapas no rosto de algumas alunas”, lembrou de maneira revoltada a vice-diretora.
Lilian salientou que os alunos pretendem se reunir com estudantes de outros dois colégios próximos e fazer uma grande passeata na próxima quinta-feira, pedindo mais segurança. O rapaz que estava sendo procurado pela gangue foi liberado de assistir aula. “Ele sempre foi bom aluno, por isso o dispensamos e vamos cobrar apenas alguns trabalhos, já que suas notas eram boas e ele possivelmente passaria de ano”, disse a vice-diretora, destacando que nem os muros e o portão altos do colégio vêm garantindo a segurança lá dentro.