Mapa da Violência

Grande Curitiba registra queda na criminalidade

O inverno rigoroso, que esfriou a Grande Curitiba, serviu para acalmar a criminalidade. Mais uma vez houve queda de violência, na capital e nos municípios da região metropolitana, e junho teve o índice mais baixo de assassinatos no ano. Foram 120 crimes, 7,7% a menos que maio, até então o mês mais “tranquilo”.

Pouco mais da metade dos crimes aconteceram na capital, espalhados em 29 bairros. Foram 57 homicídios, duas mortes em confronto com a polícia e duas lesões corporais seguidas de morte, pouco abaixo da média de 66 vítimas mensais. Um dado a se comemorar é que, no começo do mês, Curitiba ficou mais de três dias sem registrar um homicídio sequer.

RMC

Houve 59 mortes na região metropolitana, em 13 dos 25 municípios. A violência foi maior em São José dos Pinhais, onde 18 pessoas foram assassinadas. Almirante Tamandaré registrou 10 mortes e Fazenda Rio Grande veio em seguida, com sete.

A polícia matou três suspeitos, em confrontos ocorridos em São José dos Pinhais e nos bairros Tatuquara e Capão Raso. Foram 15 mulheres mortas, número acima da média mensal, que é de 11.

Índices animadores

Embora os números da violência tenham sido menores nos meses mais frios (maio e junho), o clima não é o único responsável pela redução da criminalidade – que fica mais evidente na comparação com o ano passado.

O primeiro semestre registrou 855 assassinatos enquanto que, no mesmo período do ano passado, houve 1.027 crimes. A redução é de 16,7%, ou 172 vítimas. É como se morresse uma pessoa a menos por dia.

Para a delegada Maritza Haisi, da Delegacia de Homicídios (DH), são várias causas da redução da violência. “Existem fatores socioeconômicos e culturais, além do trabalho das forças de segurança. O tráfico de drogas está por trás de 80% dos homicídios, e o bom trabalho da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) ajudou a reduzir os assassinatos. A DH realizou operações de repressão e esclareceu vários crimes, o que também inibe a violência”, analisou Maritza, titular da DH desde janeiro.

Bairros

Curitiba registrou queda de 14,6% nos primeiros seis meses. Bairros como Cidade Industrial, Sítio Cercado e Cajuru, que normalmente acumulam boa parte dos crimes, tiveram reduções significativas.Por outro lado, Novo Mundo e Uberaba registraram crescimento assustador da violência e duplicaram o número de assassinatos com relação ao ano passado.

Na região metropolitana, Pinhais e Piraquara diminuíram a violência, em torno de 50%. São José dos Pinhais e Campina Grande do Sul também sofreram reduções consideráveis. Almirante Tamandaré piorou, registrando aumento de 13,4% no número de mortes.

Confrontos

No primeiro semestre,  foram 24 suspeitos mortos em confrontos com a polícia, todos envolvendo homens, com média de 23 anos. Foram 788 homens e 67 mulheres assassinados.

Prado Velho, o mais perigoso

Quando se discute a criminalidade em Curitiba, os bairros mais lembrados são sempre aqueles que registram o maior número de assassinatos, como Cidade Industrial, Sítio Cercado, Cajuru, Boqueirão e outros.

Porém, levando em conta a população de cada bairro, é possível traçar outro mapa da violência e o resultado é bastante diferente do que mostram os números absolutos.
Por este prisma, o bairro mais perigoso, no primeiro semestre, foi o Prado Velho, com um assassinato para cada 545 habitantes. Para efeito de comparação, Curitiba teve média de um assassinato para cada 4.424 moradores. O mesmo critério serve para a região metropolitana.

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