Governo quer “limpar” polícia

As investigações que estão sendo feitas após a Operação Tentáculos ter sido deflagrada podem levar mais gente para a cadeia. A operação desmantelou uma das maiores quadrilhas de extermínio formadas por policiais militares que se tem notícia no Estado. O governador Roberto Requião, durante a divulgação dos resultados obtidos pela ação na semana passada – 33 presos, entre eles 11 PMs da ativa, reformados e exonerados – prometeu uma "limpeza" na corporação e ressaltou que os policiais envolvidos com o crime são minoria e que eles não podem manchar a credibilidade e o respeito da polícia.

Só este ano, até a primeira quinzena de junho, a PM excluiu 19 policiais da corporação em todo o Estado. No ano passado foram 29 e, em 2003, 43. Os dados, da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp), informam apenas os números, sem especificar quais foram os policiais excluídos e em quais circunstâncias.

O Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gerco) da Promotoria de Insvestigação Criminal de Curitiba (PIC) também realizou um levantamento para ver o número de agentes policiais denunciados até o dia 17 de junho deste ano no Paraná. Nos registros da PIC, percebe-se um número maior de policiais civis envolvidos com o crime. Ao todo, o Ministério Público ofereceu denúncia contra 21 policiais este ano, sendo que apenas um deles é militar. Os demais são delegados de polícia (2), investigadores (14) e escrivães (4). Os crimes em que estes policiais se envolveram são diversos: corrupção passiva, peculato, tortura, falsidade ideológica, abuso de autoridade, posse ilegal de armas e tráfico.

Casos

Em 2005, apenas para relembrar os principais casos de crime envolvendo policiais, pode-se citar a prisão de dois policiais civis e um militar envolvidos com o tráfico de drogas, ocorrida em janeiro. Eles foram pegos após a prisão do traficante Marcos Antônio Pierroti, 29 anos, conhecido por "Marcão". Grampos telefônicos mostraram o envolvimentos dos policiais civis Dilon Ferri Júnior e Jesmael Schoneborn de Moraes, e do PM Marcelo Frank Siqueira.

Em abril, a polícia deteve o delegado de polícia de Marechal Cândido Rondon, Eduardo Mady Barbosa, por tentativa de extorsão, além de dois policiais civis e uma escrivã, também envolvidos com o crime.

Ainda em abril, a PIC protocolou denúncia criminal contra o policial militar Edson Prado, sargento lotado no Grupo Águia, pelo assassinato da ex-namorada, Maria Emília Cacciatore Florêncio e pelo desaparecimento da filha dela, Vivian Florêncio, de 3 anos. Vivian até hoje não foi encontrada.

Espancamento

Há cerca de um mês, em Londrina, dois PMs foram presos em flagrante e posteriormente outros dois foram denunciados pelo assassinato de Jamys Smith da Silva. Jamys foi espancado por policiais que foram até sua casa atender uma reclamação de perturbação de sossego. A Promotoria da Auditoria Militar acusou os PMs Marco Aurélio da Silva Barbosa e Julio Ferraz Dias (presos em flagrante) e Sérgio Marcelo Pinto e Jhanivaldo Zanin, por homicídio doloso.

Com a operação Março Branco, em abril, a Polícia Federal prendeu o tenente-coronel Valdir Copetti Neves, acusado de comandar milícias armadas que agiam em Ponta Grossa contra sem terra.

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