O governo do estado recuou e desistiu do rodízio de policiais no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O rodízio, segundo o coordenador do Gaeco, Leonir Batisti, poderia colocar fim ao grupo que está vinculado ao Ministério Público do Paraná (MP-PR).
A partir de agora caberá ao procurador-geral de Justiça solicitar a cessão de policiais civis e militares ao governador Beto Richa (PSDB), que irá analisar e autorizar as transferências.
A determinação de rodízio de policiais havia sido feita pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), em setembro do ano passado, a pedido dos policiais, segundo a secretaria. Com isso, os agentes poderiam permanecer por no máximo dois anos no grupo, sendo obrigados a ser trocados após o período.
Em entrevista ao Paraná Online em 20 de dezembro de 2013, Leonir Batisti declarou que para fazer parte de uma equipe de combate ao crime organizado é preciso que todos os membros estejam dispostos a atuar de livre e espontânea vontade. “Parte dos policiais impostos para atuarem no rodízio já se manifestaram que não gostariam de trabalhar lá”.
O coordenador do Gaeco disse ainda que, com a determinação de rodízio, o Ministério Público do Paraná teria que reorganizar o grupo apenas com promotores e funcionários internos e que 638 processos abertos nos vários Gaecos seriam prejudicados.
A decisão de colocar fim ao rodízio foi tomada em uma reunião na tarde de quarta-feira (29) entre o governador Beto Richa e o procurador-geral de Justiça do Paraná, Gilberto Giacoia, e membros do Ministério Público, sem a presença do coordenador do Gaeco, Leonir Batisti. Também participaram da reunião o chefe de gabinete Deonilson Roldo e a secretária da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes.
Richa se comprometeu a manter o número de 60 policiais que compunham o Gaeco no mês de novembro do ano passado. O governador declarou, ainda, que estuda a possibilidade de ampliar a cessão de policiais ao grupo.