A reunião da Operação Mãos Limpas desta segunda-feira (02) analisou o excesso de presos em Curitiba e Região Metropolitana. Segundo o governador Roberto Requião, atualmente existem, na capital, 300 presos a mais do que comportam as delegacias.
Entretanto, 700 vagas estão ociosas nas penitenciárias de Cascavel, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu. “Temos 400 vagas sobrando. O problema é que os juízes daquelas comarcas não querem receber presos de Curitiba”, afirmou o governador.
O secretário da Justiça, desembargador Jair Ramos Braga, vai conversar com os juízes daqueles municípios, a pedido do governador. “É um absurdo que tenhamos 700 vagas sobrando e 300 presos em excesso na capital. Não existem presos de Curitiba, existem presos no Paraná”, disse Requião.
De acordo com o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, a idéia é utilizar todas as vagas do Sistema Penitenciário para não sobrecarregar as delegacias da Grande Curitiba. “Na última semana, tivemos mais uma rebelião na delegacia de Campo Largo. Já que a demanda do interior não é tão grande, queremos utilizar essas vagas ociosas”.
Soluções
O problema da superlotação já vem sendo assunto da Operação Mãos Limpas desde a última semana, quando o governador e o secretário da Segurança anunciaram que, até julho, serão criadas 1.440 novas vagas com a construção de 120 celas modulares.
Apenas nos últimos cinco anos, o governo estadual criou mais que o dobro de vagas em unidades penitenciárias que em um século de existência do Sistema Penitenciário do Paraná. Desde 2003, foram inauguradas no Paraná 12 penitenciárias e seis foram ampliadas, abrindo 14.827 vagas, um aumento de 127%. Esses números podem aumentar ainda mais.
As penitenciárias em projeto são o Centro de Detenção e Ressocialização de Cruzeiro do Oeste, o Centro de Regime Semiaberto de Maringá, a Penitenciária de Jovens e Adultos de Piraquara, a Penitenciária Feminina do Oeste, em Foz do Iguaçu, e o Centro de Regime Semiaberto Industrial do Norte, em Londrina, que juntas, abrirão novas 2.773 vagas nos regimes fechado e semiaberto.
