Golpe rende R$ 1 milhão!

Embora ?manjado? e fartamente divulgado pela imprensa, o golpe do ?bilhete premiado? – que só funciona graças à ganância da própria vítima – continua lesando pessoas em Curitiba.

E, desta vez, uma dupla de estelionatários conseguiu ludibriar uma mulher de alto poder aquisitivo e arrecadar aproximadamente R$ 1 milhão em jóias. Em troca deram à vítima o falso ?bilhete de loteria premiado? que, de tanto valor, deve estar na lata de lixo.

O caso foi registrado no 11.º Distrito Policial (CIC) que, ontem, divulgou o retrato falado de dois suspeitos. De acordo com a polícia, a dupla está agindo na região central da cidade e, na semana passada, teria enganado outras duas mulheres, arrecadando R$ 15 mil e R$ 32 mil das vítimas.

Abordagem

Átila Alberti
Delegado Carvalho analisa inquéritos instaurados na Estelionato.

A mulher foi abordada na Avenida 7 de Setembro, por um homem que aparentava ter cerca de 70 anos e, de forma humilde, pediu auxílio a ela. Mostrou o falso bilhete de loteria e quando conversavam, um outro indivíduo (aproximadamente 50 anos) vestido de branco e se fazendo passar por médico, aproximou-se e também demonstrou interesse na compra do tal ?bilhete premiado?. Tudo não passava de armação para impressionar a vítima.

Com muita ?lábia? os vigaristas convenceram a mulher a voltar para casa e pegar uma mala repleta de jóias, algumas inclusive peças raras de família. Acreditando que estaria levando vantagem – pois ganharia sozinha a ?bolada? da loteria -, a vítima trocou suas jóias pelo falso bilhete. Somente mais tarde, descobriu ter caído no velho golpe e procurou a polícia.

Segundo depoimento da vítima, as jóias são avaliadas em R$ 1 milhão. ?Com certeza é o maior golpe do bilhete premiado que tenho conhecimento em todo o Brasil?, afirmou o delegado que cuida do caso.

Um dos golpistas aparenta 70 anos, é de cor branca e mede 1,75m de altura. O comparsa é moreno, cerca de 50 anos, olhos e cabelos castanhos e estatura baixa (1,65m), segundo descrição da mulher lesada.

Ganância: principal arma

A ganância das pessoas é a principal arma utilizada pelos estelionatários para atrair as vítimas. Os golpistas também têm um alto poder de persuasão, tanto que inúmeros golpes são aplicados na praça há anos. Não há um perfil das vítimas, mas no caso da dupla que lesou a dona das jóias, ela prefere mulheres com alto poder aquisitivo e, conseqüentemente, bom nível cultural. 

Fim de ano é época crítica

Valéria Biembengut

Com a chegada do fim do ano e do pagamento do 13.º salário, aumenta a circulação de dinheiro no mercado, e conseqüentemente aumenta a ação de vigaristas aplicando golpes pela cidade. Redobrar os cuidados nesta época do ano é mais do que necessário. Consumidores e comerciantes costumam ser lesados principalmente por estelionatários que utilizam nomes de outras pessoas para efetuar compras. Nesta época o comércio vende mais e diminuem os critérios para a aprovação de crédito.

O delegado Vinícius Augustus de Carvalho, da Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas, revela que nos últimos dias muitas vítimas procuraram a polícia para se queixar que foram lesadas, mas nem sempre a investigação é fácil, pois a maioria delas mal consegue descrever os marginais. ?No golpe do carro, como é documentado, geralmente fica a fotografia do vigarista como prova, mas nem sempre ele é encontrado através da foto?, alerta. No entanto, quando um estelionatário é preso, é comum encontrarem várias vítimas dele.

Empréstimo

Já no chamado ?golpe do empréstimo?, em que o estelionatário anuncia em jornais que faz empréstimo para quem está como o nome ?sujo na praça? (inscrito no Serasa ou no Seproc), as diligências são mais complicadas. ?Sempre que a vantagem for muito grande, a pessoa tem que desconfiar?, alerta o policial, salientando que a maioria das vítimas quer levar vantagem e acaba caindo na conversa, achando que está lucrando com o negócio.

Além dos vigaristas estarem sempre inovando, muitas vítimas, envergonhadas por terem sido enganadas, não registram queixa na delegacia e isso prejudica o trabalho policial. O registro da queixa é importante para que a polícia tome conhecimento do que está acontecendo e possa investigar.

Falso e-mail

(Agência Brasil) – Um falso e-mail atribuído à Polícia Federal (PF) está circulando na internet, advertindo que o usuário teria acessado páginas ilegais e que, por isso, deveria clicar em um deteminado link para evitar a abertura de um inquérito policial. O e-mail é supostamente assinado pelo delegado Daniel Gomes Sampaio.

A divisão de comunicação social da Polícia Federal recomenda que o usuário não acesse o link, porque pode ser instalado um programa espião no computador. A PF não se comunica com usuários por meio eletrônico.

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