Quase três anos depois de velar e enterrar o corpo do comerciante João Marques dos Santos, 72 anos, a família dele foi surpreendida por duas contas de telefone celular da Brasil Telecom. A contas chegaram na residência dos familiares, na Rua Pedro Paulo Emílio Zimer, no Ahu, com os dados do morto. Indignado, o filho do comerciante, João Carlos Marques dos Santos, procurou a Tribuna ontem. "Quando chegaram as contas em nome de meu pai estranhei porque a Brasil Telecom é nova no ramo de celulares e meu pai morreu no dia 27 de junho de 2002", disse João. "Acredito que esses telefones foram vendidos há pouco tempo, porque são as primeiras contas que recebemos. Uma delas é de R$ 60,37 e a outra de R$ 37,95".
João Carlos alegou que ficou ainda mais estarrecido ao procurar a telefônica para dizer que a conta não pertencia ao seu pai. "Eles me falaram que vão analisar a veracidade do atestado de óbito do meu pai", lamentou. Por este motivo, João Carlos procurou o Procon e ontem iria ao 4.º Distrito Policial (São Lourenço). "Somos vítima de golpe e ainda vão verificar se meu pai morreu mesmo. Levei o atestado de óbito original", afirmou João Carlos, indignado.
Alerta
João acredita que sua família está sendo vítima de um golpe. "Procurei a Tribuna para fazer um alerta. Tem muitas pessoas honestas que, quando chegam contas, resolvem pagar para não ter o nome incluído em lista de devedores. Meu pai já morreu, não queremos sujar o nome dele agora", frisou.
Procurada pela reportagem, a assessoria de Imprensa da Brasil Telecom informou que está verificando o caso e irá dar uma resposta o mais breve possível.